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Grávidas de Gaza sofrem abortos por pânico e deslocamento

Palestinos buscam meios de sobrevivência sob cerco e ataques israelenses em Rafah, no sul de Gaza, em 8 de janeiro de 2024 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza, reportou nesta quinta-feira (18) centenas de casos de abortos espontâneos e nascimentos prematuros devido às condições de estresse, pânico e deslocamento impostas pelos ataques israelenses às mulheres grávidas da Faixa de Gaza.

Ao conversar com repórteres em frente ao Hospital Maternidade Tal al-Sultan, em Rafah, no sul de Gaza, al-Qudra confirmou que “a falta de cuidados médicos nas áreas de refúgio e as dificuldades de chegar aos hospitais impõem perigo de vida a cerca de 60 mil mulheres, sob risco de graves complicações na gravidez”.

Segundo al-Qudra, nas últimas 24 horas, tropas israelenses cometeram 15 massacres contra famílias em Gaza, deixando 172 mortos e 326 feridos. O porta-voz, no entanto, reiterou que outras centenas de vítimas estão sob os escombros ou presas nas estradas, à medida que as ambulâncias e equipes de defesa civil são impedidas de alcançá-las.

Após mais de cem dias de ofensiva israelense a Gaza, os palestinos mortos chegam a 24.620 vítimas, além de 61.830 feridos e dois milhões de desabrigados.

LEIA: Ataques de Israel privam 50 mil grávidas de Gaza de serviços básicos, alerta ONU

Al-Qudra observou que o Ministério da Saúde registrou ao menos oito mil casos de hepatite A em Gaza, devido à superlotação dos abrigos e falta de instalações para higiene pessoal. A pasta alerta que o número de infecções deve dobrar no futuro próximo.

Gaza permanece sob cerco absoluto de Israel, sem comida, água, remédios ou combustível. Ao promover o sítio, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais humanos”.

Al-Qudra pediu à comunidade internacional que estabeleça novos mecanismos eficazes para assegurar o fluxo de medicamentos, conforme a demanda. Além disso, pediu a Egito, países árabes e outros que possibilitem a saída de 6.500 feridos que demandam cuidados urgentes.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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