Corte de Haia começa julgamento de Israel por acusação de genocìdio

O Tribunal Internacional de Justiça começou nesta quinta-feira, em Haia,  a ouvir as alegações da África do Sul que acusa Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza sitiada e pede uma decisão da corte “para proteger contra danos adicionais, graves e irreparáveis aos direitos do povo palestino sob a convenção de genocídio, que continua a ser violada com impunidade”.

Pela primeira vez, Israel está sendo julgado de acordo com a Convenção sobre Genocídio das Nações Unidas, criada após a Segunda Guerra Mundial após o Holocausto.

Vários países também expressaram publicamente seu apoio ao processo da África do Sul contra Israel na corte, incluindo o Brasil, seguindo posições anunciadas da Malásia, Turquia, Jordânia, Colômbia, Bolívia, Maldivas, Namíbia e Paquistão. Uma petição internacional foi assinada por mais de mil organizações apoiando o julgamento e pedindo a responsabilização de Israel.

Organizações internacionais no mundo árabe também se manifestaram. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, declarou seu apoio ao pedido da África do Sul na quarta-feira. A Organização dos Países Islâmicos, que representa 57 nações de maioria muçulmana, também expressou seu apoio.O advogado Tembeka Ngcukaitobi, lembrou na corte que15 relatores especiais da ONU e 21 membros dos grupos de trabalho da ONU associaram os crimes em Gazaa a genocídio.

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Israel e Estados Unidos reagiram ao processo, chamando-o de contraproducente ou calunioso.

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o mais alto tribunal internacional e  julga disputas entre Estados. Nesta quinta-feira ,a  África do Sul teve três horas para apresentar seus argumentos. Israel se defenderá na sexta-feira.

Nas primeiras audiências, o advogado Max du Plessis disse que Israel submeteu o povo palestino a uma violação opressiva e prolongada de seus direitos de autodeterminação por mais de meio século. “A obrigação da África do Sul é motivada pela necessidade de proteger os palestinos em Gaza e seus direitos absolutos de não serem submetidos a atos genocidas”, disse ele.

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