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Israel mantém ataques no sul da Faixa de Gaza

Bombardeios israelense a Khan Yunis, no sul de Gaza, em 8 de janeiro de 2024 [AFP via Getty Images]

Após semanas de pressão dos Estados Unidos para desescalar sua ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, Israel alegou que suas forças estão se movendo de uma guerra completa para uma campanha mais direcionada no norte do enclave, embora mantenha combates intensos no sul.

As informações são da agência de notícias Reuters.

O estado ocupante afirmou que suas tropas mataram cerca de 40 combatentes palestinos desde segunda-feira (8) e justificou suas operações em Khan Yunis, no sul de Gaza, por supostamente encontrar um complexo de túneis utilizado pelo movimento palestino Hamas.

As imagens apresentadas não puderam ser verificadas de maneira independente.

Segundo a versão israelense, nove soldados foram mortos nesta segunda-feira, em particular, unidades de engenharia que operam nos túneis.

Trata-se de uma das maiores baixas do lado ocupante desde o início da campanha, muito embora os dados apresentados careçam de transparência. São 187 soldados israelenses mortos em Gaza, em mais de dois meses de invasão por terra.

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Em contrapartida, ao menos 57 palestinos foram mortos e 65 ficaram feridos nas mesmas 24 horas, reportou o Ministério da Saúde de Gaza. As vítimas foram transferidas ao Hospital Al-Aqsa, na região central do território sitiado.

Diante da escala da devastação humanitária em Gaza, os Estados Unidos — entre outros apoiadores do genocídio israelense — passaram a enfrentar contundente crise interna. O presidente americano Joe Biden enfrenta recordes de rejeição em casa às vésperas de sua campanha eleitoral, na qual deve concorrer novamente contra Donald Trump.

O Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA) reiterou em nota: “Embora o número de vítimas continue a aumentar, a capacidade de tratá-las continua em risco”.

Segundo o alerta, três hospitais no centro de Gaza e em Khan Younis, incluindo Al-Aqsa, sofrem “risco de fechamento devido a ordens de evacuação [por Israel] nos arredores e a hostilidades próximas”.

Sean Casey, coordenador das equipes de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Gaza, observou: “Estamos vendo o colapso do sistema de saúde em um ritmo cada vez mais acelerado”. Segundo Casey, médicos e pacientes são continuamente forçados a fugir para salvar suas vidas.

Conforme o relato, ao menos 66 profissionais de saúde permanecem detidos por Israel.

Apenas um terço dos hospitais de Gaza — todos no sul e centro do enclave — ainda estão parcialmente funcionais. A região norte não tem qualquer hospital operante.

LEIA: ‘Não restou nada’, diz oficial da rede Médicos Sem Fronteiras sobre Gaza

Casey destacou que diversos funcionários do Hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis, tiveram de se juntar a centenas de milhares de outros palestinos aglomerados em abrigos no extremo sul de Gaza, deixando apenas um médico para mais de cem vítimas de queimaduras graves.

Gaza permanece sob ataques indiscriminados de Israel há três meses, com mais de 23 mil mortos e quase 60 mil feridos, além de 2.2 milhões de desabrigados. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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