Portuguese / English

Middle East Near You

Estatal chinesa suspende remessas marítimas a Israel

Embarcação da corporação chinesa Cosco no terminal de Qingdao, na província de Shandong, na China, em 1° de novembro de 2023 [CFOTO/Future Publishing via Getty Images]

A corporação estatal chinesa Cosco suspendeu suas remessas marítimas a Israel, de acordo com a imprensa israelense, em uma série de reportagens publicadas neste fim de semana.

Quarta maior companhia de navegação do mundo, que contribui com 11% do comércio global, a Cosco justificou a medida pelas operações do grupo iemenita houthi no Mar Vermelho.

O site israelense Globes questionou a decisão, ao alegar que a empresa “não está sob ameaça real no Mar Vermelho pela simples razão de ser chinesa … e por causa das relações entre China e Irã, país que patrocina os houthis no Iêmen”.

Segundo o website, o porto israelense de Haifa, no litoral do Mar Mediterrâneo, é administrado pela firma chinesa e depende de suas remessas.

O grupo houthi no Iêmen, ligado ao Irã, impôs um embargo comercial ao Mar Vermelho, contra embarcações destinadas a Israel, em resposta ao genocídio em Gaza.

LEIA: Irã envia navio de guerra ao Mar Vermelho

Duas das maiores empresas no mundo, a MSC e a Maersk, também suspenderam sua rota pelo Mar Vermelho em meados de dezembro, para substitui-la pela rota mais extensa e onerosa do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do continente africano.

Em 18 de dezembro último, Lloyd Austin, secretário de Defesa dos Estados Unidos, anunciou a formação de uma coalizão transnacional para reagir aos ataques houthis. Contudo, desde então, muitos países deixaram a aliança, incluindo Espanha, Itália e França.

As ações têm impacto efetivo na economia israelense em meio à campanha de guerra mais cara de sua história — segundo a imprensa local, sem quaisquer resultados factuais.

Desde 7 de outubro, Israel mantém ataques implacáveis contra Gaza, matando 22.835 pessoas e ferindo outras 58.416 — a maioria mulheres e crianças. Dois milhões foram deslocadas à força, em meio à destruição de 60% da infraestrutura e cerco imposto pelas forças ocupantes — sem água, comida, luz ou medicamentos.

Neste entremeio, Israel buscou expandir as frentes de batalha, ao atacar o sul do Líbano, Iêmen, Síria, e mesmo partes do Iraque — locais onde o Irã tem influência.

LEIA: EUA enviam oferta a Teerã para encerrar tensões regionais, alega emissário iraniano

Analistas alertam que a continuidade das ações israelenses em Gaza arrisca a disseminação do conflito a uma escala global.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

Categorias
Ásia & AméricasChinaIêmenIsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments