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Subsecretário da ONU reafirma demanda por tribunal especial a Gaza

Martin Griffiths, subsecretário das Nações Unidas para Assuntos Humanitários [Wakil Kohsar/AFP via Getty Images]

A impunidade por escolher a guerra em detrimento de quaisquer outros meios, incluindo o assassinato de trabalhodores humanitários, “nunca foi maior”, reiterou nesta segunda-feira (18) Martin Griffiths, subsecretário das Nações Unidas para Assuntos Humanitários.

Griffiths reivindicou o estabelecimento de um tribunal especial sobre o genocídio israelense na Faixa de Gaza, para garantir responsabilização e justiça.

Em entrevista ao Financial Times, Griffiths observou que não há indícios de que os ataques israelenses ao sul de Gaza sejam mais precisos do que aqueles lançados ao norte.

“Estou decepcionado. Eles nos prometeram”, afirmou Griffiths. “Os americanos fizeram uma enorme diplomacia. A verdade é que não vimos nada disso nos avanços ao sul. Ao contrário, vemos crescer ainda mais”.

O oficial da ONU disse que o número de óbitos devido a doenças em Gaza é ainda maior do que a mortalidade pelos ataques por terra e ar.

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Porém, observou: “Temos de ver ainda debaixo dos escombros. Essas estimativas [cerca de 18 mil mortos], uma vez que escavemos os destroços, devem mudar radicalmente. No caso do terremoto na Turquia [em fevereiro], o número dobrou”.

Griffiths reafirmou a urgência de manter um fluxo contínuo de assistência a Gaza, mas advertiu para os riscos dos bombardeios indiscriminados de Israel.

“Não temos lugares seguros para operar, onde as pessoas podem chegar em segurança e receber devidamente sua ajuda humanitária”, explicou.

As Nações Unidas alertam para uma catástrofe humanitária sem precedentes. Estima-se que 71% da população de Gaza — 2.4 milhões de habitantes — sofram fome aguda, segundo um novo relatório do Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo.

Além do cerco absoluto — sem comida, água, eletricidade ou sequer medicamentos— Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 19.453 mortos e 52.286 feridos — 70% mulheres e crianças.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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