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O mundo deve fazer do cessar-fogo imediato em Gaza uma prioridade, dizem ministros das Relações Exteriores áraves

Ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan, em Nova York, Estados Unidos, em 29 de novembro de 2023 [Murat Gök/Agência Anadolu]

Deve haver um fim imediato para os combates em Gaza, mas os governos de todo o mundo não parecem ver isso como uma prioridade, disse o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita na sexta-feira em Washington, acrescentando que também deve haver um roteiro confiável para estabelecer um Estado palestino, informa a Reuters.

Em uma coletiva de imprensa conjunta antes de se reunir com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, um grupo de ministros das Relações Exteriores se recusou a discutir em detalhes o futuro de Gaza, dizendo que o foco deve permanecer no fim imediato dos combates no enclave palestino entre o Hamas e os militares israelenses.

    Nossa mensagem é consistente e clara: acreditamos que é absolutamente necessário acabar com os combates imediatamente

Disse o  Ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Príncipe Faisal Bin Farhan.

“Um dos fatos preocupantes desse conflito é que o fim do conflito e dos combates não parece ser a principal prioridade do mundo”, disse ele.

A ajuda humanitária aos civis em Gaza precisa ser significativamente aumentada, disse ele, acrescentando que é “inaceitável” que a ajuda “esteja sendo restringida e tenha sido restringida” por causa de “obstáculos burocráticos”.

A votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a exigência de um cessar-fogo humanitário imediato na guerra Israel-Palestina foi adiada por várias horas na sexta-feira, até depois da reunião planejada por Blinken com ministros árabes e o ministro das Relações Exteriores da Turquia. O Comitê Ministerial Árabe-Islâmico é composto por ministros da Arábia Saudita, Egito, Qatar, Jordânia, Autoridade Palestina e Turquia.

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Os Estados Unidos – que detêm o poder de veto no Conselho – disseram que atualmente não apóiam nenhuma ação adicional do órgão de 15 membros sobre o conflito. No mês passado, o Conselho pediu uma pausa nos combates para permitir o acesso de ajuda.

Os Estados Unidos e Israel se opõem a um cessar-fogo porque acreditam que isso só beneficiaria o Hamas. Em vez disso, Washington apoia pausas nos combates para proteger os civis e permitir a libertação dos reféns feitos pelo Hamas em um ataque mortal a Israel em 7 de outubro.

Em resposta ao ataque, Israel bombardeou Gaza e enviou tropas no que diz ser uma operação para destruir o Hamas.

O embaixador adjunto dos EUA na ONU, Robert Wood, disse ao Conselho que, embora os Estados Unidos apoiem firmemente uma paz duradoura em Gaza, “não apoiamos os pedidos de um cessar-fogo imediato”.

O Ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, disse na coletiva de imprensa que, se a resolução não for aprovada na sexta-feira, estará dando uma licença a Israel “para continuar com seu massacre”.

“Nossa prioridade no momento é parar a guerra, parar a matança, parar a destruição da infraestrutura de Gaza”, disse ele.

    A mensagem que está sendo enviada é que Israel está agindo acima da lei internacional… e o mundo simplesmente não está fazendo muita coisa. Não concordamos com os Estados Unidos em sua posição em relação ao cessar-fogo

disse ele.

Em uma entrevista à Reuters na sexta-feira, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu o fim imediato da guerra em Gaza e disse que uma conferência internacional de paz deveria ser convocada para elaborar uma solução política duradoura que leve ao estabelecimento de um Estado palestino.

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