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Condições “apocalípticas” em Gaza afetam entrega de auxílio, alerta ONU

Moradores e equipes de defesa civil resgatam uma criança palestina sob os escombros enquanto conduzem uma operação de busca e resgate em torno dos escombros do prédio que desabou após um ataque israelense em casa pertencente a Abu Saleh em Khan Yunis, Gaza, em 7 de dezembro de 2023.[Belal Khaled/Agência Anadolu]

‘Sem comida. Apenas bombas’

Na quinta-feira, tropas israelenses teriam entrado na cidade de Khan Younis, ao sul de Gaza, onde milhares de pessoas deslocadas estavam abrigadas.

Bombardeios intensos por parte de Israel em toda a Faixa e lançamentos de mísseis por grupos armados palestinos em direção a Israel continuaram nos últimos dois dias, segundo o Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, Ocha.

Relatos apontam que mais de 100 pessoas foram mortas na quarta-feira após o bombardeio de “múltiplos prédios residenciais” no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza.

O representante do Programa Mundial de Alimentos, PMA, no território palestino ocupado afirma que “quase ninguém em Gaza tem comida suficiente”. Segundo Samer AbdelJaber, em algumas áreas, nove em cada dez pessoas passaram um dia e uma noite inteira sem comer nada.

O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, James Elder, que retornou recentemente de Gaza, resumiu as condições na região como: “Sem água. Sem saneamento. Sem comida. Apenas bombas”.

O chefe da ONU, António Guterres, pediu ao Conselho de Segurança na quarta-feira, por meio do Artigo 99, raramente utilizado, para “pressionar para evitar uma catástrofe humanitária” e se unir em um apelo por um cessar-fogo humanitário completo.

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Em uma carta ao Conselho, que deve se reunir em uma sessão especial nos próximos dias, ele destacou as “implicações potencialmente irreversíveis para os palestinos como um todo e para a paz e segurança na região”.

‘Precisamos de paz para a saúde’

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, expressou apoio à carta de Guterres, enfatizando que “o sistema de saúde de Gaza está de joelhos”. “Precisamos de paz para a saúde”, afirmou.

Até quarta-feira, a OMS havia documentado 212 ataques à saúde na Faixa, afetando 56 instalações e 59 ambulâncias. Apenas 14 dos 36 hospitais de Gaza estão pelo menos parcialmente operacionais.

O hospital Kamal Adwan, em Jabalia, foi a última instalação que deixou de funcionar. A maioria dos pacientes e funcionários foi evacuada pelas autoridades de saúde de Gaza na quarta-feira, devido aos intensos combates e à falta de recursos essenciais.

Tedros alertou que o fechamento de mais um centro de saúde “privará milhares de pessoas de cuidados essenciais e que salvam vidas”.

Em um comunicado, a especialista independente Tlaleng Mofokeng, condenou a “guerra implacável” de Israel contra o sistema de saúde em Gaza. Ela adiciona que “descemos a profundidades das quais devemos emergir rapidamente’.

Publicado originalmente em ONU News

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