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Em sessão dos Brics, príncipe saudita pede suspensão na venda de armas a Israel

Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita [Corte Real Saudita/Agência Anadolu]

Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, sugeriu suspensão das exportações militares a Israel durante uma cúpula do grupo conhecido como Brics nesta terça-feira (21), reportou a emissora local Al-Ekhbariya.

A sessão extraordinária foi realizada online.

“A catástrofe humanitária em Gaza se aprofunda mais a cada dia e é preciso implementar soluções decisivas”, destacou MBS, ao pedir “imediata cessação das operações militares e estabelecimento de corredores humanitários para auxiliar a população civil”.

“A posição do reino é firme e constante”, acrescentou. “Não há caminho para segurança e estabilidade na Palestina salvo via implementação de decisões internacionais referentes à solução de dois Estados”.

O presidente da China, Xi Jinping, também participou do evento, convocado pela África do Sul. Pequim detém ainda a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas pelo mês de novembro.

O grupo dos Brics foi criado em 2010, contando com Brasil, Rússia, Índia e China, além da África do Sul. Neste ano, seis novos membros foram anunciados: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

A liderança rotativa dos Brics está nas mãos de Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano, eloquente defensor da causa palestina contra o apartheid israelense.

Ao abrir a sessão, Ramaphosa advertiu que os ataques contra civis em Gaza são crimes de guerra. “A negativa deliberada de remédios, combustível, água e comida aos residentes de Gaza equivale a genocídio”, acrescentou.

LEIA: Deputados sul-africanos pedem suspensão dos laços com Israel e fechamento da embaixada

Ramaphosa reiterou apelos por um cessar-fogo imediato e corredores humanitários, além de investigações do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre as violações de Israel.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza, em retaliação a uma ação surpresa do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

São 14.128 palestinos mortos em um mês e meio, entre os quais 5.840 crianças, além de 30 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres. Quase 6.800 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.

A agressão israelense impediu a normalização entre Israel e Arábia Saudita, promovida pelos Estados Unidos. Além disso, afastou Bahrein, cujos laços com Israel foram firmados em 2020, entre outros países, como Jordânia, Colômbia e Chile.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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