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Deputados sul-africanos pedem suspensão dos laços com Israel e fechamento da embaixada

Protesto em solidariedade ao povo palestino em Joanesburgo, na África do Sul, em 15 de outubro de 2023 [Ihsaan Haffejee/Agência Anadolu]

Parlamentares sul-africanos aprovaram nesta terça-feira (21) o fechamento da embaixada de Israel em Pretória e a suspensão de todas as relações diplomáticas até que seja estabelecido um cessar-fogo em Gaza, segundo informações da agência de notícias Reuters.

A resolução é, em grande parte, simbólica, dado que cabe ao gabinete do presidente Cyril Ramaphosa implementá-la.

Não há confirmação do governo até então, tampouco resposta da embaixada israelense.

Ramaphosa e oficiais do Ministério de Relações Exteriores, no entanto, têm sido firmes em suas críticas à campanha militar de Israel contra a Faixa de Gaza, ao exigir do Tribunal Penal Internacional (TPI) que investigue os crimes de guerra.

Na segunda-feira (20), o embaixador israelense em Pretória retornou a Tel Aviv para consultas, à véspera da votação.

A resolução, de autoria do partido Combatentes da Liberdade Econômica (EFF) na semana passada, foi aprovada por ampla maioria, com 248 votos a favor e 91 contrários.

No contexto atual, o partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) reiterou apoio ao povo palestino, como parte de sua posição basilar desde 1994, quando tomou posse Nelson Mandela, primeiro presidente democraticamente eleito do país.

LEIA: Do zero: O que é o projeto do Grande Israel?

Pemmy Majodina, chefe do CNA no parlamento, propôs uma emenda à resolução original, ao incluir as palavras:

“… até que um cessar-fogo seja consentido por Israel e que Israel se comprometa a aderir a negociações facilitadas pelas Nações Unidas, com intuito de obter uma paz justa, sustentável e duradoura”.

A África do Sul é um dos principais apoiadores da causa palestina na arena internacional, ao associar a reivindicação por um Estado palestino com a luta dos negros sul-africanos contra o regime opressivo de apartheid.

A Anistia Internacional, o Human Rights Watch e a ong israelense B’Tselem, entre outras organizações, corroboram as denúncias de apartheid perpetrado por Israel.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza, em retaliação a uma ação surpresa do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

São mais de 13 mil mortos em 45 dias, entre os quais 5.500 crianças e 3.500 mulheres, além de 30 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres.

Milhares de edifícios civis, incluindo bairros residenciais inteiros, hospitais, mesquitas, igrejas, escolas e abrigos, foram destruídos ou danificados. Milhares de pessoas estão desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.

A Organização das Nações Unidas adverte para a catástrofe humanitária e reivindica um fluxo contínuo de assistência à população carente. Gaza vive um cerco militar israelense desde 2007, incorrendo em grave miséria que antecede 7 de outubro.

Israel, entretanto, intensificou o cerco — sem água, comida, energia elétrica e combustível. Ao promover sua campanha, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos em Gaza como “animais”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Como Israel e o Ocidente difamam os palestinos como antissemitas

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