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1.7 milhão de deslocados em Gaza desde 7 de outubro, alerta ONU

Mulher caminha com seu bebê entre as tendas improvisadas nos arredores do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em meio aos bombardeios israelenses, em Khan Yunis, Gaza, em 19 de novembro de 2023 [Abed Zagout/Agência Anadolu]

A Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) revelou que o número de deslocados à força na Faixa de Gaza, devido aos bombardeios israelenses desde 7 de outubro, chegou a 1.7 milhão de pessoas.

Em nota emitida nesta terça-feira (21), declarou a agência: “Até 19 de novembro, quase 930 mil pessoas deslocadas internamente estavam abrigadas em 156 instalações da UNRWA em todas as cinco províncias da Faixa de Gaza, incluindo ao norte. São quase 770 mil deslocados internos na região central e nas áreas de Khan Younis e Rafah”.

“A superlotação leva à propagação considerável de doenças, entre as quais, doenças respiratórias agudas e difteria, além de questões ambientais e sanitárias, ao limitar a capacidade da agência de fornecer serviços”, acrescentou.

Nas últimas duas semanas, segundo o alerta, houve aumento de 35% nas doenças de pele e 40% nos casos de difteria.

A UNRWA reiterou ainda que são necessários cerca de 800 caminhões por dia pelo período de dois a três meses para suprir as demandas de Gaza.

LEIA: Crianças em Gaza são expostas a trauma, ataques e deslocamento, alerta Unicef

A agência alertou também que 104 funcionários das Nações Unidas foram mortos em Gaza até então — “o maior número dentre seus trabalhadores humanitários a serem mortos em um conflito na história das Nações Unidas”.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios contra Gaza, com mais de 13 mil mortos, incluindo 5.500 crianças e 3.500 mulheres. São mais de 32 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres.

Espera-se, contudo, grave subnotificação. Os números da região norte de Gaza carecem de atualização precisa devido ao cerco informacional israelense, à destruição da infraestrutura local e ao colapso do sistema de saúde.

Milhares de edifícios civis, incluindo hospitais, mesquitas, igrejas, escolas e abrigos, foram destruídos ou danificados. Milhares de pessoas estão desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.

Israel impôs um cerco absoluto a Gaza — sem água, comida, eletricidade e combustível. Ao promover suas ações, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Israel bombardeia outra escola da ONU, deixando dezenas de mortos e feridos

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