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Irã nega envolvimento com apreensão de navio no Mar Vermelho pelos houthis

Nasser Kanaani, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, em Teerã, 20 de dezembro de 2022 [Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images]

O Irã nega acusações de envolvimento na apreensão de um navio de carga no sul do Mar Vermelho pelo grupo iemenita houthi, declarou nesta segunda-feira (20) Nasser Kanaani, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da República Islâmica.

“Dizemos várias vezes que os grupos de resistência na região agem de forma espontânea e independente com base em seus próprios interesses e de seu povo”, reafirmou Kanaani, ao acusar Israel de buscar distrair o público de sua “derrota irreparável” em sua batalha contra o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza.

Neste domingo (19), os houthis iemenitas anunciaram confiscar um barco supostamente israelense. O grupo rebelde afirmou tratar bem a tripulação detida.

Israel descreveu o incidente como “ato de terrorismo iraniano”, em violação da segurança marítima, ao alegar que o barco é britânico com operação japonesa.

O governo no Japão confirmou a captura do barco Galaxy Leader, operado pela companhia Nippon Yusen, ao pedir aos houthis que cooperem com Irã, Omã e Arábia Saudita, a fim de liberar rapidamente o navio e suas equipes.

“Condenamos veementemente tais atos”, disse o chefe do gabinete em Tóquio, Hirokazu Matsuno, em coletiva de imprensa. Entretanto, observou que não há cidadãos japoneses entre a tripulação.

O Galaxy Leader é propriedade de uma empresa registrada pela Ray Car Carriers, sediada na Ilha de Man, sucursal da corporação Ray Shipping, incorporada por Israel, segundo dados da Bolsa de Ações de Londres.

Rebeldes houthis — que controlam boa parte do Iêmen, incluindo a capital Sanaa — têm disparado mísseis e drones de longo alcance contra Israel, através do Mar Vermelho. Suas forças afirmam solidariedade ao povo palestino em Gaza.

Oficiais israelenses já confirmaram a possibilidade de atacar o Iêmen — e eventualmente, o Irã. Israel mantém disparos contra o sul do Líbano, Síria e mesmo Egito. As ações alimentam receios de uma deflagração regional ampla.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza, além de invasão por terra e cerco absoluto, em retaliação a uma operação surpresa do grupo Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

A ofensiva de Israel a Gaza já dura 44 dias, durante os quais mais de 13 mil pessoas foram mortas, incluindo 5.500 crianças e 3.500 mulheres. São mais de 32 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Chefe da Força Aérea de Israel ameaça bombardear outros países árabes

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