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Israel promove desinformação para justificar destruição de hospitais

Pilhas de lixo se acumulam em frente ao Hospital al-Shifa, maior complexo médico de Gaza, na Cidade de Gaza, em 13 de novembro de 2023 [Hospital Al-Shifa/Agência Anadolu]

A Secretaria de Imprensa do governo em Gaza denunciou o exército israelense por “difundir mentiras, desinformação e incitação como preparativo à destruição de hospitais e morte de pacientes”.

Em mensagem divulgada no Telegram na noite de segunda-feira (13), alertou o governo: “O porta-voz do exército israelense deu uma coletiva de imprensa repleta de mentiras, na qual mostrou vídeos feitos de maneira contraditória, amadora e ilógica que mostram claramente cenas fabricadas para ludibriar a opinião pública, o que recai no contexto de uma campanha de desinformação e incitação contra hospitais”.

“Foi provado previamente, através de plantas de arquitetura, que Israel mentiu ao difundir imagens de supostos túneis da resistência, dado que as estruturas não passavam de caixas d’água e reservatórios de combustível aos diversos departamentos médicos”, acrescentou.

“Trata-se de tentativa falha de justificar os crimes de Israel, conduzidos ao bombardear os hospitais Baptista, al-Shifa, Indonésio, Rantisi, Assistência Pública, Al-Quds e Turco, dentre outros, assim como o assassinato de pacientes, disparos contra profissionais de saúde por franco-atiradores, tiros e disparos contra famílias deslocadas e ataques a ambulâncias”.

O governo “responsabilizou plenamente a ocupação israelense por qualquer ato que cometa contra hospitais e instituições de saúde, assim como pela segurança das dezenas de milhares de profissionais, pacientes e deslocados que buscam se abrigar nos locais”.

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Mais cedo, na segunda-feira, a Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina informou que os arredores do Hospital Al-Quds estão sob “duros disparos e presença de veículos militares israelenses”, com pacientes cercados sem eletricidade, água ou comida.

A organização confirmou no domingo (12) que o Hospital Al-Quds deixou de operar devido aos blecautes e à falta de combustível para os geradores.

Também na segunda-feira, o exército israelense publicou fotos e vídeos de supostas armas encontradas no porão do Hospital al-Rantisi, centro de saúde especializado em tratamento de câncer infantil.

As imagens não têm qualquer credibilidade: em vídeo, soldados em al-Shifa gravaram uma planilha em árabe na parede, dizendo conter instruções a combatentes do Hamas. O texto, no entanto, é um mero calendário contando os dias da agressão de Israel.

Nos últimos três dias, Israel intensificou seu cerco a hospitais no norte de Gaza, após exigir sua evacuação apesar dos alertas de que muitos pacientes não estejam em condições para deixar as instalações.

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Israel mantém bombardeios contínuos contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação de resistência do movimento Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados.

São 11.240 palestinos mortos até então, dentre os quais 4.630 crianças e 3.130 mulheres, além de quase 30 mil feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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