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Partido da oposição britânica nega cessar-fogo em Gaza, deputado deixa bancada

Logotipo do Partido Trabalhista durante conferência em Brighton, Reino Unido [Hollie Adams/Bloomberg/Getty Images]

Imran Hussain, congressista britânico do Partido Trabalhista — em tese, oposição ao premiê conservador Rishi Sunak — deixou seu papel decisório na bancada legislativa, em protesto à recusa da cúpula partidária, sob liderança de Keir Starmer, de reivindicar um cessar-fogo em Gaza, sob bombardeios ininterruptos de Israel desde 7 de outubro.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Hussain — eleito pelo distrito de Bradfort East, no norte da Inglaterra, com uma grande comunidade islâmica — afirmou manter seu apoio à agenda geral do partido, mas pediu  posições mais contundentes sobre a situação em Gaza.

Até então, Starmer rechaçou apelos de seus colegas de partido e eleitores para pressionar por um cessar-fogo, alinhado ao apoio incondicional de Sunak ao genocídio conduzido por Israel no território palestino.

Starmer ecoou a tese de “pausa humanitária”, promovida pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. Críticos reiteram que uma pausa nos bombardeios não basta para conter a crise humanitária, à medida que Gaza continua sem comida, água e energia elétrica.

“Quero poder defender veementemente um cessar-fogo”, comentou Hussain, porta-voz do partido para políticas de emprego, em postagem na rede social X (Twitter) nesta terça-feira (7). “Para que eu possa fazê-lo, tenho de renunciar da bancada trabalhista”.

O Partido Trabalhista recuou sobre diversas posições de política externa após perder o pleito nacional em 2020, quando seu então líder Jeremy Corbyn sofreu ataques difamatórios como “antissemita”, sob uma campanha de desinformação que levou ao Brexit e à eleição de Boris Johnson.

O partido espera compor o próximo governo britânico após eleições em 2024; no entanto, mantém-se alheio aos apelos de centenas de milhares de pessoas que tomaram as ruas de Londres por um cessar-fogo nas últimas semanas.

Entre 7 de outubro e 7 de novembro, Israel matou ao menos 10.328 pessoas, entre as quais 4.237 crianças e 2.719 mulheres, além de dezenas de milhares de feridos e outras milhares sob os escombros — provavelmente mortas. Ao menos 1.270 crianças estão desaparecidas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Diretor da ONU em Nova York denuncia genocídio em Gaza ao pedir demissão

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