Tuíte deletado de Netanyahu expõe fragilidade em Israel, afirma Hamas

Izzat al-Rishq, membro do gabinete político do movimento Hamas, reiterou que críticas da oposição israelense que levaram o premiê Benjamin Netanyahu a deletar um tuíte no qual culpou os serviços de inteligência pela campanha de resistência em 7 de outubro, expõem toda a fragilidade de seu “governo fascista”, segundo informações da rede Quds Press.

Al-Rishq observou que o atrito entre Netanyahu e outros grupos sionistas “aprofunda a crise interna” no Estado ocupante e “expõe mais uma vez a divisão e confusão dentro do governo, assim como o medo de que os próximos dias determinem seu destino e futuro político”.

Segundo seu comentário, a “resiliência” do povo palestino levará à queda do governo israelense e o fim de sua “presença” na Palestina ocupada.

Na rede social X (Twitter), alegou a assessoria de Netanyahu: “Sob nenhuma circunstância e em nenhum momento o primeiro-ministro foi alertado sobre as intenções do Hamas de ir à guerra”. Em seguida, culpou as agências de inteligência por não antecipar o ataque surpresa contra bases e assentamentos nos arredores de Gaza.

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“Todos os oficiais de defesa, incluindo os chefes do Mossad e do Shin Bet, estimavam que o Hamas estava dissuadido e buscava acomodação”, prosseguiu. “Essa análise foi apresentada uma e outra vez por toda a comunidade de inteligência, às vésperas da guerra”.

O ex-general oposicionista Benny Gantz, integrado ao gabinete de guerra, pediu retratação do primeiro-ministro e chefe do governo.

“A tentativa de Netanyahu de fugir da responsabilidade ao culpar o sistema de segurança enfraquece o exército durante os combates”, ecoou o ex-premiê Yair Lapid. “É preciso que ele peça desculpas por suas palavras”.

Após apagar a postagem, Netanyahu pediu desculpas — algo pouco usual para o líder de extrema-direita: “O que eu disse após a coletiva de imprensa não deveria ser dito e peço desculpas por isso. Dou meu pleno apoio aos líderes dos ramos de segurança”.

Israel mantém bombardeios ininterruptos a Gaza desde 7 de outubro, quando combatentes de resistência do movimento Hamas cruzaram a fronteira e capturaram soldados e colonos. Ao menos 8.005 palestinos foram mortos, incluindo 3.324 crianças.

Neste fim de semana, Netanyahu conclamou uma “guerra santa” contra os 2.4 milhões de palestinos no território sitiado. Seu discurso é denunciado como clássica retórica em favor de um genocídio. Não houve críticas por parte da oposição em Israel.

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