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166 bebês de Gaza nascem em condições inseguras todos os dias, reportam médicos

Recém nascido no Hospital Nasser após sua mãe ser morta por um bombardeio israelense em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, em 24 de outubro de 2023 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]

O Ministério da Saúde da Autoridade Palestina (AP) reportou nesta quinta-feira (26) que ao menos 166 nascimentos em condições de insegurança transcorrem diariamente na Faixa de Gaza sitiada. Mais de 50 mil mulheres grávidas enfrentam dificuldades de acesso a cuidados de saúde devido aos bombardeios israelenses.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

As informações foram compartilhadas por meio de um relatório detalhado sobre os efeitos da ofensiva israelense sobre o setor de saúde de Gaza e da Cisjordânia ocupada desde 7 de outubro.

Estima-se que 5.500 mulheres darão à luz em Gaza no próximo mês, em meio ao colapso do sistema de saúde. Mais de 130 bebês prematuros que dependem de incubadoras enfrentam grave risco de vida devido ao corte de luz e combustível por parte de Israel.

Sob receios de diversas epidemias devido ao corte do fornecimento de água limpa e ataques a instalações sanitárias, o ministério registrou casos de varíola, sarna e difteria.

O ministério confirmou que Israel exigiu a evacuação de 24 hospitais do norte de Gaza, com dois mil leitos — apesar de alertas de que muitos pacientes não podem viajar. A falta aguda de remédios, equipamento e pessoal é outro grave problema, diante do índice crescente de feridos.

“Os hospitais de Gaza trabalham com mais de 150% de sua capacidade. O complexo médico de Shifa trata hoje cinco mil pacientes diários, com capacidade de 700 pacientes”, afirmou o relatório.

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O ministério espera que o Hospital Turco de Gaza, que trata pacientes com câncer, deixe de operar dentro 48 horas, devido à falta de combustível. Nove mil pacientes de quimioterapia dependem do hospital.

O massacre em curso na Faixa de Gaza é retaliação à chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, ação de resistência do grupo Hamas que cruzou a fronteira por terra e capturou colonos e soldados, em 7 de outubro deste ano.

A ação decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco militar a Gaza. Os ataques israelenses desde então equivalem a punição coletiva, genocídio e crime de guerra.

Ao promover o cerco absoluto a Gaza — sem luz, sem água, sem comida —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

Ao menos 7.326 pessoas — dentre as quais, mais de duas mil crianças — foram mortas por Israel até então, além de mais de 15 mil feridos. Outros milhares continuam desaparecidos — provavelmente mortos — sob os escombros.

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