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‘Quantas crianças terão de morrer?’, questiona premiê escocês sobre cessar-fogo em Gaza

Primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, na capital Edimburgo, em 24 de outubro de 2023 [Ken Jack/Getty Images]

O primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, reiterou nesta quarta-feira (25) seus apelos para que o governo do Reino Unido pressione por um cessar-fogo na Faixa de Gaza sitiada, reportou a agência de notícias Anadolu.

Em entrevista à rádio Clyde da cidade de Glasgow, Yousaf comentou conversas conduzidas na terça-feira (24) com o premiê britânico Rishi Sunak — o primeiro encontro entre ambos na conjuntura atual.

O líder conservador em Downing Street vem adotando uma retórica de desinformação e propaganda de guerra, alinhado ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

“Penso que é enfurecedor”, lamentou Yousaf. “Vemos milhares de pessoas morrendo, crianças morrendo”.

Os sogros de Yousaf estão presos em Gaza há 18 dias, devido ao fechamento das fronteiras. Sua sogra, Elizabeth el-Nakla, e o marido, Maged, viajaram à região para visitar um parente doente.

“Reivindicamos um cessar-fogo”, reafirmou Yousaf. “Não consigo entender a posição de Kair Starmer [líder do Partido Trabalhista] e não consigo entender o premiê e pergunto: Quantas crianças mais terão de morrer antes que se juntem a nós e muitos outros no mundo, como a Organização das Nações Unidas, para reivindicar um cessar-fogo?”

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Sunak alegou à Câmara dos Comuns nesta quarta-feira ser favorável a “pausas específicas” que permitam a evacuação de cidadãos britânicos e a entrada de assistência humanitária, embora rejeite apelos por um cessar-fogo.

Israel realiza ataques contínuos contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação de resistência do movimento Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

Os habitantes de Gaza estão sem comida, água, remédios, combustível e eletricidade, sob cerco militar absoluto. Ao promover suas ações de punição coletiva — ilegais sob o direito internacional —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu a população local como “animais”.

Ao menos 6.546 pessoas foram mortas até então, além de 15 mil feridos e milhares de desaparecidos sob os escombros.

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