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Orçamento para ataque a Gaza supera combate ao covid, promete ministro de Israel

Bombardeios israelenses em Rafah, na Faixa de Gaza sitiada, em 19 de outubro de 2023 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

O governo israelense do premiê Benjamin Netanyahu está preparando um pacote fiscal para conter o impacto econômico de seu bombardeio à Faixa de Gaza sitiada, declarou o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, nesta quinta-feira (19), segundo a agência Reuters.

Smotrich insistiu que o orçamento será “maior e mais amplo” do que aquele destinado ao combate à pandemia de covid-19, com início em 2020.

Smotrich afirmou a jornalistas que a economia de Israel e sua posição fiscal — como a baixa dívida externa comparada ao produto interno bruto (PIB) — são firmes o suficiente para dar apoio aos esforços civis e militares à guerra em Gaza.

“Temos dinheiro e vamos usá-lo agora para tudo que for preciso, com uma mão generosa”, insistiu o ministro. “Paramos tudo que não é essencial e estamos reavaliando o orçamento para destiná-lo às necessidades de guerra e ao apoio à economia”.

Smotrich reiterou ainda que, nos próximos dias, o parlamento israelense (Knesset) deve ampliar seu quadro orçamentário para garantir “máxima flexibilidade” ao Estado.

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Político colonialista, Smotrich assumiu poderes dentro da gestão de extrema-direita de Netanyahu para promover assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada.

Gaza sofre bombardeios ininterruptos perpetrados por Israel desde 7 de outubro, além de uma escalada no cerco militar, em retaliação a uma operação de resistência do movimento Hamas que cruzou a fronteira e capturou soldados e colonos.

A campanha de resistência culminou de meses de violações israelenses em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco contra Gaza.

Sob cerco, o território vive uma crise humanitária severa — sem eletricidade, água, comida, combustível ou medicamentos. Ao promover os esforços de punição coletiva, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reivindicou um “imediato cessar-fogo humanitário” para mitigar o “épico sofrimento humano” da população.

Ao menos 4.137 palestinos foram mortos até então, incluindo 1.524 crianças e mil mulheres, além de aproximadamente dez mil feridos.

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