Portuguese / English

Middle East Near You

‘Fábrica de mentiras’, grupo palestino Jihad Islâmica refuta alegação israelense

Arredores do Hospital Baptista al-Ahli após bombardeio israelense atingir o centro médico e abrigo de civis deslocados na Cidade de Gaza, 18 de outubro de 2023 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]

O grupo palestino conhecido como Jihad Islâmica condenou como “mentiras” as acusações aventadas pelo exército israelense de que a resistência armada foi responsável pelo ataque que destruiu o Hospital Baptista al-Ahli, na Faixa de Gaza.

“O inimigo sionista tenta arduamente escapar de sua responsabilidade pelo massacre brutal que cometeu ao bombardear o Hospital Baptista em Gaza, mediante sua costumeira fábrica de mentira, ao apontar o dedo em riste ao grupo de Jihad Islâmica na Palestina”, destacou a organização em comunicado.

“Reafirmamos, portanto, que as acusações postas pela ocupação são falsas e infundadas”, acrescentou.

Após bombardear o hospital, deixando ao menos 500 mortos — entre pacientes, médicos e pessoas deslocadas que se abrigavam no local —, Israel aventou a versão de que a explosão decorreu de um foguete disparado pela resistência palestina.

A escala da destruição e registros de vídeo e imagem, no entanto, demonstram o contrário, com elementos característicos da tecnologia bélica israelense.

LEIA: Quem é o culpado pelo massacre no Hospital Baptista em Gaza?

Hananya Naftali, assessor de Netanyahu, chegou a vangloriar-se do ataque na rede social X (Twitter): “A Força Aérea de Israel atingiu uma base terrorista do Hamas [sic] dentro de um hospital em Gaza. Diversos terroristas mortos [sic]”. Mais tarde, apagou a postagem.

Antes de atacar o hospital, Israel instruiu sua evacuação, apesar de alertas internacionais de que a transferência de pacientes que dependem de suporte para sobreviver — como bebês recém-nascidos e pacientes de diálise e quimioterapia — não é possível.

Para “provar” a versão das tropas ocupantes, apologistas de guerra recorreram a um vídeo transmitido uma hora antes do ataque, às 18h59 do horário local —, embora o bombardeio tenha ocorrido às 19h50. Uma investigação da rede Al Jazeera identificou o momento exato do ataque por meio de análise de vídeos.

A mudança de discurso coincide com a campanha de desinformação e propaganda de guerra adotada por Israel para justificar o genocídio a Gaza.

O Hospital Baptista não tratava apenas feridos, mas também abrigava pessoas que deixaram o norte de Gaza sob instruções de Israel para “salvar suas vidas”. Milhares de crianças e suas famílias acreditavam ter encontrado um refúgio.

O local foi tomado pelas chamas. Vídeos mostram corpos mutilados entre os escombros.

LEIA: Ajuda humanitária e a política de aniquilação

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments