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Sisi confirma candidatura à presidência, oposição enfrenta obstáculos

Ônibus de campanha à reeleição do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi em Giza, no Egito, em 2 de outubro de 2023 [Khaled Desouki/AFP via Getty Images]

O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, confirmou nesta segunda-feira (2) que concorrerá a um terceiro mandato nas eleições de dezembro, à medida que partidos opositores alertam para obstáculos no registro de candidatos e apoiadores.

As informações são da agência de notícias Reuters.

“Assim como respondi ao chamado dos egípcios no passado, hoje volto a responder a seu chamado”, disse Sisi ao encerrar de um evento de três dias para promover seu regime, na Nova Capital Administrativa, em obras na periferia árida do Cairo.

“Estamos à véspera de uma Nova República, que busca concluir o processo de sobrevivência do Estado e reconstruí-lo sobre os alicerces da modernidade e da democracia”, prosseguiu o presidente e general, no poder desde 2014, após chefiar um golpe de Estado.

A candidatura — e eventual “reeleição” — de Sisi são esperadas há quatro anos, quando seu governo impôs emendas constitucionais para permiti-lo continuar no poder até 2030.

Nas últimas semanas, apoiadores mobilizaram uma campanha com outdoors e mensagens públicas a favor do regime militar.

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A campanha de Ahmed al-Tantawi, ex-parlamentar e um dos principais nomes da oposição, queixou-se de obstáculos ao registro de apoiadores. A Autoridade Eleitoral Nacional negou as denúncias.

Candidatos precisam de 25 mil assinaturas ou apoio de 20 deputados para concorrer.

Sisi chegou ao poder após depor Mohamed Morsi, primeiro presidente democraticamente eleito do país. O general foi anunciado como vitorioso nas eleições presidenciais de 2014 e 2018, com 97% dos votos.

Seu governo é marcado por truculenta repressão, incluindo a prisão de dezenas de milhares de ativistas. A Irmandade Muçulmana — historicamente, maior grupo de oposição no Egito — foi criminalizada. Seus líderes foram presos ou exilados.

Sisi e apoiadores defendem as violações como “necessárias” para estabilizar o país após os tumultos causados pela Primavera Árabe de 2011, quando uma revolução popular depôs o longevo ditador Hosni Mubarak.

As eleições no Egito serão marcadas também por recordes de inflação e escassez crônica de moeda estrangeira.

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