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Senadores democratas instam Biden a não isentar Israel de vistos de turismo

Presidente dos EUA, Joe Biden, durante evento na Casa Branca, em Washington DC, em 29 de agosto de 2023 [Nathan Posner/Agência Anadolu]

Quinze senadores democratas apelaram ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para que não inclua Israel em seu programa de isenção de vistos, após confirmarem que o regime israelense discrimina palestino-americanos que tentam entrar no país.

Um porta-voz do Departamento de Estado comentou ao jornal Haaretz: “A adesão de Israel ao programa depende de cumprir todos os requisitos, incluindo estender privilégios mútuos a todos os cidadãos americanos, sem discriminar origem, religião ou etnia”.

Israel tem prazo até 30 de setembro para se qualificar ao programa. O governo de apartheid alega reduzir restrições de acesso em seu maior aeroporto e na fronteira com a Cisjordânia ocupada, ao permitir a travessia de duas mil pessoas.

Oficiais do Departamento de Estado alertam, porém, que a isenção de visto deve se aplicar a todos os indivíduos que detêm cidadania americana, incluindo aqueles radicados na Faixa de Gaza sitiada, ainda proibidos de entrar no território considerado Israel.

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“Não há provisão na lei para que a isenção discrimine contra certos grupos pelos primeiros sete meses de programa, sob promessas de que todos os cidadãos serão tratados iguais nos últimos cinco meses do ano fiscal”, destacaram os senadores em carta à Casa Branca.

“Será uma violação da lei caso acelerarmos a entrada de um país ao programa de isenção de vistos embora não cumpra uma prerrogativa básica, afinal não fica claro se, no ano seguinte, cumprirá ou não outras condições”, acrescentou a mensagem.

Os senadores confirmaram relatos de que palestinos da Cisjordânia são impedidos de cruzar a Israel com veículos próprios e que aqueles que pousam em Tel Aviv tampouco conseguem alugar carros.

“Se decidirmos assumir o princípio de reciprocidade, certos grupos de israelenses — aqueles que vivem nos assentamentos [ilegais] — não poderão alugar carros ao chegar nos Estados Unidos, ou receberão tratamento distinto de seus concidadãos”, prosseguiu o documento.

Os senadores advertiram o secretário de Estado, Antony Blinken, que Israel deve cumprir os critérios em sua totalidade antes de ser incluído no programa.

“Embora esperemos que Israel respeite todas as condições no futuro, sua adesão não pode vir às custas dos princípios de reciprocidade e tratamento igualitário a todos os cidadãos dos Estados Unidos”.

A carta é de autoria do senador Chris Van Hollen, considerado um dos críticos mais firmes de Benjamin Netanyahu no partido Democrata. Dentre os signatários estão Elizabeth Warren, Bernie Sanders e Dick Durbin, presidente da Comissão de Justiça do Senado americano.

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