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Sudão insta embaixador dos EUA a reavaliar posição sobre o conflito

Embaixador dos EUA ao Sudão, John Godfrey, chega ao palácio presidencial em Cartum para apresentar suas credenciais ao chefe do Conselho Soberano, general Abdel Fattah al-Burhan, em 1° de setembro de 2022 [Conselho Soberano do Sudão/Agência Anadolu]

O Sudão condenou comentários do embaixador dos Estados Unidos ao país, John Godfrey, nos quais afirmou que nenhum lado do atual conflito “está apto a governar”.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Na sexta-feira (25), Godfrey pediu ao exército regular sudanês e seus rivais paramilitares, as Forças de Suporte Rápido (FSR), que deem fim à guerra e entreguem o poder a governantes civis.

“As partes em guerra, que demonstraram que não estão aptas a governar, devem encerrar o conflito e transferir o poder a um governo transicional civil”, reiterou o emissário americano em comunicado.

O Ministério de Relações Exteriores do Sudão, no entanto, pediu retratação de Godfrey, ao reavaliar sua posição sobre o conflito. Segundo a chancelaria, as declarações “contradizem requisitos de cortesia diplomática, profissionalismo e respeito mútuo à soberania”.

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“Tais comentários refletem a falta de respeito do embaixador americano ao povo sudanês e sua independência”, insistiu a pasta. “O exército está defendendo o país e seu povo de uma milícia criminosa e terrorista”.

“Esperamos do embaixador e de seu governo que retifique essa posição errônea e que o emissário evite falas que contradigam normas e regras diplomáticas, e que não ajudam a superar a crise em nosso país”, acrescentou.

As Forças de Suporte Rápido não comentaram a questão até o momento.

O Sudão é tomado por conflitos desde abril, entre ambas as instituições armadas – até então, aliados no regime militar. Mais de três mil civis foram mortos e milhares ficaram feridos, segundo médicos locais.

Diversos acordos de cessar-fogo mediados por Estados Unidos e Arábia Saudita falharam em conter a violência.

A Organização Internacional para Migração (OIM) estima quatro milhões de deslocados pelo atual conflito.

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