Hamas pede ações concretas da comunidade internacional contra racismo de Ben-Gvir

O movimento palestino Hamas reivindicou nesta sexta-feira (25) que a comunidade internacional assuma medidas concretas contra declarações racistas do Ministro de Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir.

À televisão israelense, o ministro – residente do assentamento ilegal de Kiryat Arba, perto de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada – insistiu nesta semana que os direitos de colonos superam os direitos de livre movimento dos palestinos nativos.

“Meus direitos, os direitos de minha esposa e de meus filhos a viajar nas estradas de Judeia e Samaria [Cisjordânia] são mais importantes que os direitos de ir e vir dos árabes”, afirmou Ben-Gvir.

“Tais comentários”, disse o Hamas, “refletem a política fascista de limpeza étnica do governo israelense, imposta contra o povo palestino”.

O grupo de resistência reiterou que os palestinos não deixarão suas terras e que “os planos da ocupação israelense para deslocá-los estão fadados ao fracasso”. O Hamas insistiu ainda que o povo palestino “não permitirá que colonos e líderes da ocupação implementem seus projetos nos territórios ocupados”.

“A comunidade internacional deve trabalhar para responsabilizar os líderes da ocupação israelense e seus colonos ilegais por seus crimes e violações contra o povo palestino e o direito internacional”, concluiu a nota.

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A ong israelense B’tselem respondeu a Ben-Gvir: “Esta é precisamente a realidade que vemos em campo, todo dia, há mais de cinco décadas. Os direitos dos judeus são mais importantes do que os direitos dos árabes – isso é apartheid”.

Notas de repúdio

O Ministério de Relações Exteriores da Autoridade Palestina (AP) condenou a declaração do ministro israelense como “racista e hedionda” de modo a confirmar políticas supremacistas de apartheid impostas por Tel Aviv.

A União Europeia condenou “veementemente” as declarações de Ben-Gvir, ao reafirmar que seus laços bilaterais com Israel devem ser baseados em princípios democráticos e de direitos humanos, segundo informações da agência de notícias Wafa.

“Todos os direitos humanos são iguais e devem ser tratados da mesma maneira”, advertiu a União Europeia. “Valores da democracia e respeito aos direitos humanos ainda são centrais ao relacionamento Israel-Europa, incluindo os palestinos sob ocupação”.

Karine Elharrar, parlamentar da oposição israelense, descreveu o ministro como “autêntico representante do governo mais racista, fundamentalista e kahanista de nossa história”, em alusão ao movimento de terrorismo colonial do rabino Meir Kahane, que exige a expulsão dos palestinos de suas terras ancestrais, exaltado por Ben-Gvir.

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Em raro pronunciamento crítico, sob pressão da imprensa por uma resposta oficial, o Departamento de Estado dos Estados Unidos descreveu as declarações do ministro e deputado de extrema-direita como “retórica racista [e] inflamatória”.

“Mensagens como essa são particularmente danosas quando amplificadas por indivíduos em posições de liderança, incongruentes com o respeito aos direitos humanos universais”, advertiu a Casa Branca.

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