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Ministro israelense ataca Bella Hadid por defesa dos direitos palestinos

Mohamed e Bella Hadid durante cerimônia de premiação do Fashion Trust Arabia, no Museu Nacional do Catar, em Doha, 26 de outubro de 2022 [David Benett/Getty Images]

Nesta sexta-feira (25), o deputado de ultra-direita e ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, lançou um ataque a Bella Hadid, após a supermodelo palestino-americana denunciá-lo por comentários racistas na última semana.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Em entrevista à rede N12 News, na quarta-feira (23), Ben-Gvir – que reside no assentamento ilegal de Kiryat Arba, perto de Hebron (Al-Khalil) – disse que os direitos de colonos judeus na Cisjordânia ocupada superam os direitos dos palestinos.

“Meus direitos, os direitos de minha esposa e de meus filhos a viajar nas estradas de Judeia e Samaria [Cisjordânia] são mais importantes que os direitos de ir e vir dos árabes”, afirmou Ben-Gvir.

O regime de apartheid israelense impõe diversas restrições de movimento, dentre outras violações, aos palestinos nativos, incluindo proibições de viagem, checkpoints militares e estradas de uso exclusivamente judaico, em detrimento da lei internacional.

Bella Hadid, cujo pai é palestino, criticou os comentários do ministro em sua página do Instagram, a quase 60 milhões de seguidores.

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“Em nenhum lugar, em nenhuma época – ainda mais em 2023 – a vida de alguém pode ser considerada mais valiosa do que a vida do outro. Ainda mais por sua etnia, cultura ou puro ódio”, escreveu a modelo em postagem publicada na quinta-feira (24).

Ben-Gvir respondeu no dia seguinte ao acusar Hadid de “odiar Israel” e alegar que sua fala foi postada fora de contexto.

O Ministério de Relações Exteriores da Autoridade Palestina condenou a declaração do ministro como “racista e hedionda” de maneira a corroborar políticas supremacistas de apartheid.

A violência na Cisjordânia escalou nos últimos 15 meses, com frequentes invasões de soldados e colonos a cidades, aldeias e campos de refugiados palestinos.

Desde janeiro, ao menos 188 palestinos foram executados por Israel contra 35 israelenses mortos em operações de resistência.

Ben-Gvir, membro da coalizão nacionalista-religiosa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, é denunciado por incitação ao terrorismo anti-árabe.

Israel capturou a Cisjordânia em 1967. Todos os assentamentos e colonos nos territórios ocupados são ilegais conforme o direito internacional.

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