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Autoridades líbias devolvem 456 refugiados a seus países

Refugiados africanos aguardam repatriação como parte de um programa das autoridades líbias com apoio da Organização Internacional para Migração (OIM), em Trípoli, 21 de agosto de 2023 [Hazem Turkia/Agência Anadolu]

Nesta segunda-feira (21), a Agência de Combate à Migração Ilegal em Trípoli, capital da Líbia, deportou 456 refugiados egípcios e nigerianos em situação irregular a seus respectivos países, reportou a jornalistas o ministro do Interior do Governo de União Nacional do Estado norte-africano, Emad Trabelsi.

“Nossa presença hoje serve para supervisionar a deportação de migrantes irregulares a seus países, em cooperação com os serviços de segurança”, comentou Trabelsi. “Os migrantes devem ser tratados com humanidade, mas isso requer sabedoria”.

“Hoje, nossa agência deportou 294 migrantes ilegais com cidadania egípcia por entrar ilegalmente em território líbio”, acrescentou o ministro. Segundo seu relato, a operação foi coordenada com autoridades relevantes do regime militar no Egito.

Outros 162 refugiados nigerianos foram repatriados, incluindo 102 presos na fronteira entre Líbia e Tunísia, observou Trabelsi.

O ministro prometeu deportar ainda 300 refugiados africanos nos próximos dias, ao insistir que seu país “sofre com o fenômeno da migração ilegal”.

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Em 10 de agosto, o ministério em Trípoli anunciou esforços para evacuar refugiados detidos na fronteira tunisiana. Túnis, de sua parte, reportou um acordo para que parte dos requerentes de asilo fosse dividida entre ambos os países.

Desde o início do mês, no entanto, refugiados africanos vivem uma situação de crise humanitária na região de fronteira, expulsos de suas casas de Sfax, no sul da Tunísia, após uma série de crimes de ódio, supostamente deflagrados pela morte de um jovem tunisiano.

A Tunísia vive um contexto de hostilidade contra imigrantes negros, após comentários inflamatórios do presidente Kais Saied, que os acusou de tentar alterar a demografia do país.

A escalada racista não impediu a Europa de firmar um acordo com Saied para conter a migração pelo mar Mediterrâneo, o que resultou em denúncias de refugiados abandonados na fronteira árida com a Líbia, sem comida ou água.

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