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AIPAC intensifica esforços de recrutamento para reagir a críticos de Israel

Logo do Comitê de Assuntos Públicos Israel-Estados Unidos (AIPAC) durante conferência política em Washington, 25 de março de 2019 [Andrew Harrer/Bloomberg/Getty Images]

A fim de reagir a candidatos progressistas críticos a Israel, de olho nas eleições dos Estados Unidos de 2024, o Comitê de Assuntos Públicos Israelo-Americano (AIPAC), poderoso lobby sionista, intensificou seus esforços de recrutamento via recursos não declarados, conforme denúncias.

A estratégia inclui cortejar eventuais oponentes de congressistas do grupo conhecido como Squad, incluindo Jamaal Bowman (Nova York) e Ilhan Omar (Minnesota) – ambos criticados por boicotar um discurso do presidente israelense Isaac Herzog no Capitólio e votar contra uma resolução que buscou negar o caráter racista do Estado de Israel.

O foco da AIPAC a deputados em pleno mandato que sejam críticos eloquentes do regime de apartheid é visto como uma abordagem agressiva contra uma mudança de curso na opinião pública, favorável à Palestina, sobretudo entre candidatos progressistas.

Segundo o Jewish Insider, a AIPAC quer escalar LaTrisha Vetaw, vereadora de Minneapolis, e Tim Peterson, ex-recrutador da Guarda Nacional, para concorrer à vaga de Omar. No distrito eleitoral de Nova York, a ideia é aliciar George Latimer contra Bowman.

Progressistas antevêem uma “guerra por procuração”. A deputada Alexandria Ocasio-Cortez, também de Nova York, alertou seus apoiadores dos avanços da AIPAC, incluindo suspeitas de uso de “dinheiro sujo” para influenciar as primárias democratas para o legislativo.

LEIA: Rashida Tlaib garante vitória confortável nos EUA apesar do ‘dinheiro sujo’ pró-Israel

Embora as ações da AIPAC possam impactar as disputas, críticos expressam frustração com a abordagem referente às primárias, sobretudo em torno de uma política externa favorável a Israel como teste de fogo a eventuais candidatos – por vezes, até mesmo em detrimento de chances reais de vitória.

Deputados e senadores advertem que o “dinheiro sujo” da AIPAC pode ser uma sentença de morte à presença democrata nos centros de poder.

A AIPAC não é registrada como agente estrangeiro, apesar de agir como grupo de lobby cuja prioridade são os interesses de Israel. Críticos alertam ainda que o enfoque exclusivista da AIPAC em favor de um regime estrangeiro muitas vezes contrapõe interesses americanos. O grupo, no entanto, tem aval institucional para influenciar a política dos Estados Unidos.

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