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Decepcionada com EUA, Autoridade Palestina volta-se à China, afirma chanceler

Ministro de Relações Exteriores da Autoridade Palestina (AP), Riyad al-Maliki, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em 24 de junho de 2023 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O Ministro de Relações Exteriores da Autoridade Palestina (AP), Riyad al-Maliki, descreveu a performance do atual governo do presidente Joe Biden nos Estados Unidos como decepção,  ao confirmar uma aproximação com a China.

Maliki conversou com repórteres nesta quinta-feira (3), na sede da chancelaria em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

“Três anos se passaram desde as promessas do presidente Biden, mas não vimos nada além de apoio financeiro a alguns hospitais de Jerusalém Oriental e à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina [UNRWA]”, comentou Maliki.

China e Oriente Médio

Maliki expressou frustração com a postura da Casa Branca sobre as violações de Israel, entre as quais, o massacre de julho contra a cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada. Deste modo, a Palestina se volta cada vez mais à China, que apoia sua adesão integral às Nações Unidas.

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“Pequim não busca apenas aumentar sua presença econômica, mas também sua influência política no Oriente Médio”, argumentou o ministro. “Muitos países no mundo querem apoio da China, que se tornou ao longo dos anos um protagonista global”.

“Não há atualmente nenhum processo de paz no Oriente Médio”, alertou Maliki. “Porém, se houver no futuro, por que a China não poderia se envolver junto de outros países?”.

EUA e normalização

Sobre os rumores de normalização entre Israel e Arábia Saudita, Maliki reiterou que o reino adota a chamada solução de dois Estados como pré-requisito para firmar relações, incluindo  reconhecimento de um Estado palestino independente nas fronteiras de 1967, com a cidade de Jerusalém Oriental como sua capital.

“Temos esperanças de que a Arábia Saudita mantenha sua abordagem e não ceda à pressão. Queremos que a Arábia Saudita nos escute – nós, os donos da terra – e nos consulte sobre a matéria”, acrescentou. “As relações saudita-palestinas são fortes e confiamos neles”.

Negociações entre palestinos e israelenses estão paralisadas desde abril de 2014, devido à expansão dos assentamentos ilegais na Cisjordânia e esforços para impossibilitar a formação de dois Estados.

Os palestinos denunciam Washington por manter seu viés favorável a Tel Aviv, em particular, ao permitir a procrastinação do acordo de paz.

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