Portuguese / English

Middle East Near You

Israel registra aumento alarmante de palestinos detidos sem acusação

Protesto em apoio aos prisioneiros palestinos nas cadeias de Israel, na Cidade de Gaza, em 19 de junho de 2023 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

O grupo israelense de direitos humanos Hamoked revelou que 1.200 indivíduos atualmente em custódia do Estado de apartheid não possuem qualquer acusação ou veredito – recorde de mais de três décadas.

Os prisioneiros, dos quais 99% são palestinos, estão sujeitos ao controverso mecanismo de “detenção administrativa”, que permite às autoridades mantê-los nas cadeias com base em “evidências secretas” por períodos renovados indeterminadamente.

Os mandados variam de meses a anos, regularmente estendidos sem justificativa. A prática priva os prisioneiros de seu direito à defesa, reafirmou Jessica Montell, diretora executiva da Hamoked.

Autoridades ocupantes defendem a detenção administrativa para conter supostas ameaças de segurança e preservar informações sensíveis. Ativistas e grupos de direitos humanos, no entanto, observam que se trata de detenção arbitrária e discriminação sistêmica.

A população carcerária sob detenção administrativa mais do que dobrou no último ano, após um surto de operações militares de Israel, sobretudo durante a madrugada, contra cidades e aldeias palestinas.

“O total é ultrajante”, comentou Montell, conforme a agência Associated Press. “Trata-se de uma prática de natureza ilegal. Essas pessoas deveriam usufruir de um julgamento justo ou serem libertadas”.

LEIA: Israel emitiu 12 mil ordens de detenção administrativa em nove anos

A escalada de tensões nos territórios ocupados deixou 160 palestinos mortos somente neste ano. Israel acusa as vítimas de serem “militantes”, mas as baixas incluem, além de civis cujos corpos são retidos pela ocupação, jovens acusados de atirar pedras em protesto às invasões coloniais a suas comunidades ancestrais.

Recentemente, o ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, conhecido por seu viés racista de extrema-direita, decidiu extinguir a política de libertação antecipada aos prisioneiros palestinos, o que alimentou temores de direitos humanos.

Antes do decreto, presos condenados a quatro anos ou menos, eram elegíveis à libertação antecipada, conforme decisão da Suprema Corte, cujo intuito era conter a superlotação nas cadeias de Israel.

LEIA: Israel deteve 3.866 palestinos no primeiro semestre de 2023

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments