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Egito anuncia novas medidas de emergência para conter crise de energia

Por-do-sol no distrito de Moqattam, no Cairo, Egito, em 24 de julho de 2023 [Khaled Desouki/AFP via Getty Images]

O governo do Egito implementará novas medidas de emergência, incluindo racionamento de energia nos espaços públicos e aumento nas importações de combustíveis, como parte dos esforços para conter os apagões de verão que assolam o país, confirmou o premiê Mostafa Madbouly nesta quinta-feira (27).

As informações são da agência de notícias Reuters.

O país importará entre US$250 e US$300 milhões de resíduo de petróleo para conter a crise, além de anunciar em breve um plano de controle nas áreas públicas. Diretivas devem incluir trabalho remoto a servidores públicos durante o mês de agosto.

O regime anunciou recentemente uma série de apagões regulares para controlar o surto de consumo durante a onda de calor.

As temperaturas passaram dos 40° C no sul da Europa e Norte da África.

O Egito raramente recorreu a blecautes desde que tais ações levaram ao descontentamento com o então presidente Mohamed Morsi, há cerca de uma década. O governo, desde então, investiu em diversas usinas construídas pela Siemens em parceria com o exército.

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O regime do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi, porém, é acusado de desviar recursos e deixar para trás uma série de obras inacabadas e superfaturadas.

Madbouly argumentou que, no ano passado, o consumo diário de gás natural da população chegou a 129 milhões de metros cúbicos. Em julho, porém, o consumo bateu 152 milhões de metros cúbicos.

“Já utilizamos todo o resíduo de petróleo que temos e começamos a usar mais de nosso gás natural”, confirmou o primeiro-ministro.

Em junho, o ministro do Petróleo, Tarek el-Molla, afirmou que o Egito voltaria a exportar gás natural somente após o verão, devido ao pico de consumo doméstico da presente estação. A temporada costuma consumir internamente a maior parte da produção nacional; Molla, no entanto, prometeu que excedentes do inverno estarão disponíveis à exportação.

Madbouly negou que os cortes de energia resultam da queda na produção de gás natural ou de problemas no campo de Zohr.

“Estamos falando de circunstâncias extraordinárias que o mundo inteiro enfrenta, mas cuja escala, é claro, varia de país a país”, minimizou o premiê.

Segundo Madbouly, apesar das novas diretivas, os blecautes devem continuar em agosto; o cronograma será anunciado nos próximos dias.

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