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‘Eu trabalhei, viajei e pesquisei muito. Me encontrei na Palestina’, diz a empresária chilena

A empresária chilena Elizabeth Kassis em seu hotel, o boutique Kassa Hotel, na cidade palestina de Belém [Elizabeth Kassis]
A empresária chilena Elizabeth Kassis em seu hotel, o boutique Kassa Hotel, na cidade palestina de Belém [Elizabeth Kassis]

Para Elizabeth Kassis, chilena descendente de palestinos, a Palestina é muito mais que a terra de seus ancestrais, é um lugar de pertencimento, identidade e história. Ela é apaixonada pela Palestina e espera poder fazer muitas coisas, com a coragem de fazer qualquer coisa por seu povo.

Localizado na Star Street, Patrimônio Mundial da UNESCO, Kassis inaugurou o Kassa Hotel na cidade palestina ocupada de Belém. Situado na histórica casa da família Sabagh, que passou por uma cuidadosa restauração em 2016, quase 80 anos depois que o pai de Elizabeth imigrou para o Chile, o hotel é o primeiro do gênero na cidade velha e reflete a arquitetura tradicional da cidade palestina, bem como sua conexão com o país sul-americano.

Kassis acredita que este projeto ajudará a elevar o nível dos serviços turísticos na Palestina, uma vez que é realizado em cooperação com o município de Belém. É rico em história cultural e foi cuidadosamente restaurado para preservar sua beleza original e arquitetura palestina tradicional.

“Foi super emocionante ter inaugurado o hotel. Foi um projeto que levamos anos para realizar do início ao fim, sendo um projeto desafiador porque o fizemos apesar da pandemia do coronavírus, com suas restrições, bloqueios e notícias deprimentes”, Kassis conta MEMO.

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Kassis destaca que esse projeto tem sido um dos que ela mais gostou, pois fez muitas coisas com as próprias mãos. “Acho que a experiência de ser hóspede é única, a ideia é que os hóspedes tenham a experiência completa de como é viver em uma casa palestina. Com vizinhos de verdade, onde a decoração e o ambiente são como uma casa”, acrescenta.

Cada peça de arte foi selecionada para complementar a arquitetura palestina tradicional do edifício, como janelas de vidro, utensílios decorativos e peças de arte. Eles foram feitos por artesãos chilenos usando técnicas antigas para refletir a profunda conexão e semelhança entre o Chile e a Palestina.

“Tudo foi enviado do Chile, desde a planta da casa até os móveis com especificações técnicas. Quanto aos objetos e decoração, escolhi e comprei cada uma das peças e os objetos com cuidado”, conta.

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“Instalei tudo com as minhas próprias mãos, pintei paredes, fixei o que tinha de arranjar e furar. A verdade é que o resultado é lindo. São seis quartos em suite, decorados de uma forma muito especial que não existe na Palestina”.

 

 

Nascida no Chile, Kassis estudou administração de empresas e artes visuais. Por mais de 12 anos ela se concentrou na administração da fazenda da família, criando cavalos árabes e chilenos. “Eu queria estudar arte, mas minha família queria que eu fizesse engenharia de negócios. Acabei trabalhando de dia na empresa da família e estudando administração à noite. Trabalhando na empresa da família, tive que passar por todas as áreas da empresa. Aos 19 anos, meu primeiro emprego foi na recepção de produtos de carne, onde tive que aprender a aparar. Fui a primeira mulher a fazer isso na planta produtiva”, explica.

Kassis também é produtora audiovisual, apresentadora de televisão e uma talentosa artista visual com várias exposições em seu currículo. Ela fundou o Trio da Diáspora com Victor Mahana. O grupo remasteriza as antigas canções que chegaram ao Chile com os primeiros imigrantes palestinos no início do século XX. Mais tarde, eles os executaram com os músicos do Edward Said Conservatory.

Ela também produziu e apresentou ‘Palestinian Land‘, que destaca a cultura, a história e a beleza das cidades palestinas.

Elizabeth Kassis com o Chef Fadi Kattan (dir.)

Elizabeth Kassis com o Chef Fadi Kattan (dir.)

“Eu trabalhei, viajei para muitos lugares e procurei muito, mas me encontrei na Palestina! Quero que todos na diáspora trabalhem para a Palestina! Quero que as pessoas sintam, cheirem, comam e vivam dentro da Palestina. rumo à Palestina”, conclui.

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Palestina: quatro mil anos de história
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