Portuguese / English

Middle East Near You

New Hampshire se torna 37° estado dos EUA a proibir o boicote a Israel

Protesto contra a decisão alemã de criminalizar o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra o apartheid israelense, na Cisjordânia ocupada, em 22 de maio de 2019 [AFP/Getty Images]

New Hampshire se tornou o 37° estado americano a proibir que órgãos públicos invistam ou façam negócios com marcas favoráveis à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra o apartheid israelense.

O governador republicano Chris Sununu se encontrou nesta quinta-feira (6) com Gilad Erdan, embaixador israelense na ONU, e Meron Reuben, cônsul-geral do Estado ocupante na Nova Inglaterra, para assinar um decreto executivo em Concord com intuito de impedir que entes públicos participem dos esforços civis de protesto a Israel.

“New Hampshire e Israel vivenciaram décadas de trocas muito bem-sucedidas de comércio, cultura, turismo e tecnologia”, declarou Sununu em nota. “New Hampshire não vai tolerar o antissemitismo [sic], ao tomar medidas para proibir boicotes discriminatórios [sic]”.

A ordem executiva afeta não apenas órgãos públicos como empresas privadas que queiram firmar contratos com o estado.

Erdan celebrou a decisão, sob um discurso de tonalidade militar, ao aludir particularmente ao sistema antimísseis israelense: “Este passo crucial equivale a criar um Domo de Ferro em termos econômicos, capaz de garantir progresso e prosperidade. Não defendemos somente nossos interesses mútuos, mas fortalecemos nosso Domo de Ferro em nome da verdade, da justiça e da moralidade”.

ASSISTA: Lei anti-BDS recorda apoio britânico ao apartheid na África do Sul, alerta Corbyn

O Conselho de Relações Islâmico-americanas (CAIR) manifestou seu repúdio à mais nova lei anti-BDS, ao descrevê-la como parte de um ataque abrangente à democracia, ao direito de manifestação e à liberdade de expressão.

Gadeir Abbas, advogado da organização, condenou a decisão como “um assalto absoluto aos direitos consagrados pela Primeira Emenda”.

Em comunicado, declarou: “O governo não pode dizer aos cidadãos americanos como gastar seu dinheiro ou quem apoiar ou não financeiramente. Boicotes são parte da vida política da América desde a fundação de nosso país e nenhuma ordem executiva para banir ou limitar o direito ao boicote é, portanto, legítima”.

Lançado em 2005, a campanha de BDS se inspira na luta contra o apartheid na África do Sul, ao defender o boicote a bens oriundos dos assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada e o desinvestimento de empresas que colaborem com a ocupação.

Diversas organizações, como Human Rights Watch, Anistia Internacional e a ong israelense B’Tselem, reconhecem que Israel comete crime de apartheid.

LEIA: Ganhadora do Nobel denuncia colonização israelense na Palestina

Categorias
Ásia & AméricasEstados UnidosIsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments