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Cidadãos palestinos de Israel denunciam ‘cumplicidade’ da polícia na criminalidade

Cartaz de solidariedade ao povo palestino em meio a um protesto contra a invasão russa na Ucrânia, em frente à sede da rede BBC, em Londres, Reino Unido [Rasid Necati Aslim/Agência Anadolu]
Cartaz de solidariedade ao povo palestino em meio a um protesto contra a invasão russa na Ucrânia, em frente à sede da rede BBC, em Londres, Reino Unido [Rasid Necati Aslim/Agência Anadolu]

Cidadãos palestinos de Israel convocaram protestos em frente à sede do governo, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, para denunciar a “cumplicidade” das forças de segurança na escalada da criminalidade nas cidades árabes, sobretudo as taxas de homicídio.

Segundo o Middle East Eye, os manifestantes se reuniram por três dias, desde segunda-feira (29), para condenar o fracasso das autoridades em prover segurança às comunidades árabe-palestinas e exigir das instituições que contenham a violência.

Conforme estimativas, ao menos 587 cidadãos palestinos do território considerado Israel – isto é, ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, em 1948, mediante limpeza étnica – foram assassinados desde janeiro de 2018, em meio a flagrante negligência policial.

A vítima mais recente, Hisham al-Atrash de Hura, foi atropelada na noite de quinta-feira (1°) após uma discussão familiar.

Mohammad Barakeh, ex-deputado e chefe do Alto Comitê de Acompanhamento, destacou ao Middle East Eye que o Estado é “cúmplice no aumento assustador da presença de gangues criminosas nas comunidades palestinas e no fato de que pessoas morrem uma após a outra”.

“Israel finge que a questão não é de sua alçada”, reiterou Barakeh.

Mohammad Lofti, pai de Zahi Lotfi, pego no fogo cruzado entre policiais e criminosos, insistiu ao Middle East Eye que o governo “fascista” de Israel precisa agir. “Nós queremos que esse governo fascista, no qual não confio, combata a violência nas cidades palestinas”.

Dados da polícia israelense indicam que a mortalidade nas comunidades árabes mais do que dobrou desde o início do ano comparada ao primeiro semestre de 2022. Até 3 de maio, o número de palestinos mortos era muito maior do que as taxas mensais dos últimos dois anos.

Cerca de 95% das mortes ocorrem por armas de fogo.

Os palestinos nativos radicados no território considerado Israel sofrem discriminação sistêmica por parte do regime colonial ocupante, tratados como cidadãos de segunda classe em favor de seus concidadãos judeus.

Organizações de direitos humanos descrevem tais práticas como crime de apartheid, incluindo evidente discriminação racial na prestação de serviços públicos, como segurança, saúde, educação, habitação e emprego.

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