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Após vitória de Erdogan, analista israelense pede reaproximação com a Turquia

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na capital Ancara, 29 de maio de 2023 [Emin Sansar/Agência Anadolu]

Shai Har-Zvi, pesquisador israelense no Centro Begin-Sadat para Estudos Estratégicos, reafirmou apelos ao governo da ocupação para fortalecer as “relações frágeis” com a Turquia, após a reeleição de Recep Tayyip Erdogan a um terceiro mandato como presidente do país.

Segundo Har-Zvi, a vitória de Erdogan no último domingo (28) mostra que o povo turco preferiu vias conservadoras ao invés de uma eventual mudança nos rumos da política nacional.

Em artigo publicado pelo jornal israelense Maariv, corroborou Har-Zvi: “De fato, não esperamos mudanças abrangentes no comportamento do presidente Erdogan, seja na arena doméstica ou na política externa, ao menos no futuro próximo”.

O analista destacou, contudo, que as relações entre Israel e Turquia prosperaram no último ano, justamente devido a uma guinada diplomática de Erdogan, com um aumento notável nos contatos entre as partes, na cooperação de segurança e nas trocas comerciais.

A questão palestina – em particular, a abordagem israelense sobre o movimento de resistência Hamas, sediado em Gaza, e os lugares sagrados de Jerusalém ocupada – deve prevalecer como fonte de atrito entre Ancara e Tel Aviv, advertiu.

“É razoável a Erdogan assumir vantagem de seu triunfo para consolidar elementos internos que adotou durante os anos, ao aproximar a Turquia de um Estado propriamente islâmico, ao passo que a oposição se enfraquecia e que seu governo tomava controle de instituições públicas e de imprensa”, acrescentou Har-Zvi.

Ainda assim, há uma janela política para aproximação gradual, conforme o artigo.

LEIA: A vitória de Erdogan e seus impactos

Apesar das contradições, o pesquisador crê que Erdogan pode estar disposto a maior abertura, ao concordar com a inclusão da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a ser ratificada daqui dois meses durante uma cúpula da aliança militar.

A medida, segundo Har-Zvi, reaproximaria a Turquia dos Estados Unidos e aliados ocidentais, a despeito das boas relações de Erdogan com o presidente russo Vladimir Putin.

Além disso, a normalização com o regime sírio de Bashar al-Assad é iminente, desde que haja um acordo considerável no horizonte, enfatizou Har-Zvi.

O pesquisador israelense insistiu ainda que Erdogan deve manter sua recente aproximação com países árabes, incluindo acordos com Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito. Emirados e Egito, por sua vez, possuem relações com Israel.

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