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Novas evidências de envolvimento líbio no conflito sudanês vêm à tona

Confrontos entre as Forças Armadas do Sudão e as Forças de Suporte Rápido na capital Cartum, em 30 de abril de 2023 [Ömer Erdem/Agência Anadolu]

Gasolina e armas foram transferidas de Kufra, na Líbia, em apoio às Forças de Suporte Rápido (FSR) no Sudão, que enfrentam o exército regular nas ruas da capital Cartum e outras cidades, reportou o website francês Africa Intelligence.

As evidências parecem provar a relação do major general Khalifa Haftar, que luta com o regime estabelecido em Trípoli para obter controle sobre a Líbia, no conflito sudanês.

Conforme os relatos, a milícia Subul Assalam, ligada a Haftar, construiu relações com a coalizão paramilitar sudanesa, comandada por Mohamed Hamdan Dagalo (Hemedti).

Uma fonte afirmou à rede Arabi21 que o Batalhão 128, também ligado a Haftar, foi incumbido de transportar armas, munição e mesmo soldados a Hemedti, devido a sua familiaridade com a zona de fronteira e seu controle imposto sobre a área do aeroporto de Kufra.

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Segundo o Wall Street Journal, Egito e Líbia fornecem apoio aos lados em confronto. De acordo com reportagem, Haftar enviou ao menos um avião de suprimentos de guerra a Hemendti; por outro lado, a aeronáutica de Abdel Fattah el-Sisi encaminhou itens ao exército regular.

Há hoje cerca de seis mil combatentes da região sudanesa de Darfur em território líbio; tais contingentes, porém, já começaram a se mover rumo à fronteira, prosseguiram os relatos.

Haftar, não obstante, negou envolvimento no conflito. “O comando geral nega categoricamente o que foi reportado pela imprensa enviesada sobre as Forças Armadas da Líbia, de que forneceu apoio a uma parte contra a outra”, disse o porta-voz Ahmed al-Mismari.

“Conduzimos contatos urgentes com as partes e estamos prontos para exercer mediação entre os irmãos sudaneses, para que interrompam os confrontos e deem espaço a meios pacíficos”, acrescentou.

O Sudão é assolado por conflito aberto desde 15 de abril, após meses de impasse político sobre a transição à democracia. De um lado está o chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah al-Burhan; do outro, as forças lideradas por Hemedti, seu vice no poder executivo.

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