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Chefe da ONU pede fim imediato das hostilidades no Sudão

Secretário-geral da ONU António Guterres em Mogadishu, capital da Somália, em 11 de abril de 2023 [Presidência da Somália/Agência Anadolu]
Secretário-geral da ONU António Guterres em Mogadishu, capital da Somália, em 11 de abril de 2023 [Presidência da Somália/Agência Anadolu]

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou neste sábado (15) a “deflagração de confrontos” entre o exército do Sudão e a organização paramilitar conhecida como Forças de Suporte Rápido na capital Cartum e outras localidades do país.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“O secretário-geral pede a líderes de ambos os lados que encerrem de imediato as hostilidades, restaurem a calma e deem início ao diálogo para solucionar a crise”, afirmou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretariado-geral.

“Qualquer escalada nos combates terá um impacto devastador sobre civis e deve agravar ainda mais a precária situação humanitária no país”, acrescentou.

Guterres pediu aos membros regionais da ONU que “apoiem esforços para restaurar a ordem e retornar ao caminho da transição”. O Sudão vive uma crise política que interrompeu o processo transicional entre a ditadura deposta de Omar al-Bashir e a democracia.

“O secretário-geral atua junto de líderes regionais e reafirma o compromisso da ONU em apoio ao povo sudanês, para recuperar a transição democrática e materializar suas aspirações por um futuro seguro e pacífico”, prosseguiu o comunicado.

No Twitter, Volker Turk, alto-comissário da ONU para os direitos humanos, comentou: “[Estou] profundamente alarmado com os confrontos armados no Sudão. Minha plena solidariedade ao povo sudanês, que merece mais. É preciso ouvirmos a voz da razão para acabar com a violência e retornar ao caminho promissor da paz e da transição civil”.

Confrontos eclodiram no sábado em Cartum, com explosões e troca de tiros perto do quartel do exército e do palácio presidencial, reportou a agência Anadolu.

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As Forças de Suporte Rápido acusaram o exército de lançar ataques com armas leves e pesadas no sul da capital. As Forças Armadas acusaram a organização paramilitar de “difundir mentiras”, ao declará-la como “grupo rebelde”.

A disputa veio à tona na quinta-feira (13), quando o exército culpou o grupo de agir de maneira ilegal, sem a coordenação devida, no que se refere à transição a um regime civil.

O Sudão carece de um governo funcional desde outubro de 2021, quando as Forças Armadas destituíram o premiê Abdalla Hamdok e impuseram “estado de emergência”.

Em dezembro de 2022, o exército e os principais agentes políticos do país assinaram um acordo preliminar para encerrar meses de impasse. A assinatura do texto final estava prevista para 6 de abril; porém, foi adiada. Não há nova data até então.

O período transicional do Sudão teve início em agosto de 2019 e deveria culminar em eleições livres no começo do próximo ano.

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