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Isolar Jerusalém na esfera midiática e cultural, além da militar, é uma política israelense de anexação

Forças policiais israelenses [Mostafa Alkharouf - Agência Anadolu]

A política de isolar Jerusalém de seus arredores na Cisjordânia é uma política de isolamento em todos os níveis da vida, uma política cada vez mais abrangente de separação forçada dos palestinos residentes ali e na Cisjordânia, apesar o fato de que Jerusalém ocupada sempre foi o centro comercial, movimento social, midiático e cultural nos territórios ocupados.

Palestinos de planos da ocupação de cercar a cidade de seus arredores políticos, econômicos e sociais na na Cisjordânia, e fechar a cidade por quase duas décadas com postos e cruzamentos militares, e com o muro de separação. Moradores do Cisjordânia são impedidos de entrar, exceto com uma autorização.

Foto mostra o muro do apartheid na Cisjordânia e uma torre de vigia militar israelense [Apaimages]

A polícia israelense e homens de agências de segurança, por ordem do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gavier, invadiram nos últimos dias a Marcel Company for TV Production em Beit-Hania em Jerusalém.

As autoridades de ocupação prenderam e interrogaram vários membros da empresa funcionários e correspondentes, e a decisão assinada por Gavier afirmou que o fato se deve a esta empresa enviar conteúdos para agências de televisão palestinas, o que produz incitação contra Israel, de acordo com o que foi declarado na invasão. Também em decisão contra as atividades da mídia palestina, Ben Gavier proibiu a Rádio Voz da Palestina em Jerusalém e Territórios de 48. A decisão incluiu a retirada das torres de transmissão da rádio em Jerusalém.

O ataque à mídia e às instituições culturais é uma política em andamento e não é nova. Quatro anos atrás, a polícia israelense e forças de inteligência invadiram os escritórios da empresa de TV Al-Arz Company for Distribution and Production no bairro Al-Sawana em Jerusalém Oriental.  O canal costumava transmitir programas de TV da Palestina e, naquela época, a empresa foi fechada sob pretexto de que não teria autorização para trabalhar em Jerusalém. O escritor, político analista e especialista em questões de Jerusalém Rasem Obaidat destacou que este argumento é frágil, e que o objetivo de atacar e fechar a TV  faz parte do ataque abrangente às instituições palestinas em Jerusalém, especialmente as culturais, midiáticas e juvenis.

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Jerusalém tem sido historicamente uma incubadora de instituições palestinas, sindicatos, mídia e agências culturais, mas há duas décadas, com o fechamento de Jerusalém e a proibição de entrada dos palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, exceto com uma licença especial da ocupação, a anexação, a construção do muro de separação,  postos de controle militar nas entradas da cidade e muitas políticas de separação,  Jerusalém está separada do resto dos territórios ocupados territórios.

Jornalistas palestinos presos por Israel [Sarwar Ahmed/Monitor do Oriente Médio]

Organizações e sindicatos em geral têm sido submetidos a muitas restrições, impedidos de comunicar-se com a Cisjordânia. O coordenador da Coalizão Civil pelos Direitos Humanos em Jerusalém, Zakaria Odeh, confirmou que “esta não é a primeira vez que instituições em geral e os meios de comunicação foram submetidos a ataques, fechamentos, e restrições. Os serviços de segurança israelenses já fecharam os escritórios da TV Palestina em Jerusalém há algum tempo e prenderam alguns de seus funcionários, jornalistas e correspondentes” Ele acrescentou que “a maior parte das (organizações) de  desenvolvimento, saúde, agricultura, instituições educacionais e juvenis em Jerusalém foram submetidas à mesma política ao longo das últimas duas décadas, e desde 2000 cerca de 48 instituições e associações foram fechadas em Jerusalém”.

Publicado originalmente em inglês no Palestine Alternative Information Center

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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