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Israel ordena demolição de mesquita em Hebron, na Cisjordânia ocupada

Trator israelense destrói terras palestinas em Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada [Hazem Bader/AFP via Getty Images]

Autoridades israelenses emitiram nesta terça-feira (28) uma nova ordem de demolição contra uma mesquita localizada na região sul das colinas de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, informou a agência de notícias Wafa.

Segundo Rateb Jabour, membro do Comitê de Resistência ao Muro e aos Assentamentos em Masafer Yatta, moradores do bairro de Khashm Al-Daraj devem demolir a mesquita, com apenas duas semanas para recorrer ao mandado.

A mesquita, reiterou Jabour, serve a diversas comunidades em Masafer Yatta e na região.

A ordem de demolição coincide com a apreensão de que o governo de extrema-direita liderado por Benjamin Netanyahu, que inclui figuras racistas notórias por sua animosidade em relação aos palestinos nativos, possa pressionar por mais demolições de infraestrutura na Cisjordânia ocupada, sobretudo em Masafer Yatta.

Em 4 de maio de 2022, a Suprema Corte de Israel declarou não haver quaisquer barreiras legais para expulsar os palestinos de Masafer Yatta para alocar uma nova zona de treinamento militar.

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O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) alertou que a decisão do judiciário ocupante “pôs os moradores palestinos em risco iminente de expulsão, deslocamento arbitrário e transferência compulsória”.

Conforme o OCHA, na década de 1980, a ocupação israelense designou parte de Masafer Yatta como “Zona de Disparos 918”, ao classificar as terras como zona militar fechada. Desde então, residentes palestinos sofrem ameaça de despejo e demolição de suas casas.

As aldeias de Khirbet Sarura e Kharoubeh não existem mais porque foram demolidas por Israel.

“Aproximadamente 20% da Cisjordânia foi designada ‘zona de disparo’, afetando mais de cinco mil palestinos de 38 comunidades”, detalhou a ONU. “Atualmente, Masafer Yatta é lar de 215 famílias palestinas, contendo cerca de 1.150 pessoas, das quais 569 são crianças”.

Como parte dos esforços de limpeza étnica, na tentativa de expulsar os palestinos da área, as autoridades coloniais privam os residentes do acesso a serviços básicos, incluindo saneamento, e negam permissão para construir novas casas ou reformar seus próprios lares, a fim de atender às necessidades da população.

ASSISTA: Colonos israelenses cantam e dançam na Mesquita Ibrahimi

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