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União Africana adia conferência na Tunísia em meio a ações contra migrantes

Moussa Faki Mahamat (centro), presidente da União Africana [Amanuel Sileshi/AFP via Getty Images]
Moussa Faki Mahamat (centro), presidente da União Africana [Amanuel Sileshi/AFP via Getty Images]

A União Africana decidiu adiar uma conferência que estava agendada para ocorrer na Tunísia neste mês, em meio a críticas crescentes à repressão do governo do presidente tunisiano Kais Saied aos migrantes da África Subsaariana, informou a agência de notícias Anadolu.

“A Conferência da Rede Pan-Africana de Combate aos Fluxos Financeiros Ilícitos na África, prevista para ocorrer na Tunísia de 15 a 17 de março de 2023, foi adiada”, afirmou um porta-voz da União Africana à agência Anadolu na terça-feira.

A União Africana não deu motivo para o adiamento, mas tem criticado o tratamento dado pela Tunísia aos migrantes da África Subsaariana.

Tensões escalaram no mês passado, entre a Tunísia e o bloco, em meio a um fluxo de migrantes irregulares para o país do Norte da África. Em fevereiro, Saied atacou a onda migratória ao alegar que o movimento de pessoas em situação dramática visa mudar a demografia do país.

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Suas declarações, no entanto, foram rechaçadas duramente por Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana, que as descreveu como “chocantes”.

Grupos de direitos humanos documentaram um aumento nos ataques a africanos subsaarianos após os comentários de Saied, incluindo despejos, agressões e insultos racistas.

Em comunicado, a União Africana disse que uma reunião foi realizada com o enviado tunisiano para expressar “preocupação com a forma e o conteúdo da declaração dirigida aos companheiros africanos, independentemente de seu status legal no país”.

“O presidente lembra a todos os países, em particular os estados-membros da União Africana, de honrar suas obrigações nos termos do direito internacional e dos instrumentos relevantes do bloco para tratar todos os migrantes com dignidade, independentemente de sua origem, se abster de discursos de ódio radicalizados que possam prejudicar as pessoas e priorizar sua segurança e direitos humanos”, acrescentou o comunicado.

ASSISTA : Tunisianos protestam contra ‘comentários racistas’ do presidente 

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