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Os comandos afegãos treinados pelos EUA agora lutam por Putin

Forças especiais afegãs estão sendo convocadas para a Guerra da Ucrânia para lutar ao lado de mercenários russos conhecidos como Grupo Wagner. Apesar de os EUA gastarem centenas de bilhões treinando esses comandos afegãos, eles ficaram para trás após a queda de Cabul em 2021 e agora pegarão em armas contra os interesses dos EUA, recrutados para a linha de frente do avanço da Rússia no leste da Ucrânia.

Logo após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, surgiram relatos de forças especiais afegãs – que estavam fugindo do Talibã – lutando como mercenários do lado ucraniano na batalha por Mariupol. Mas agora surge a informação de que os mesmos comandos de força especial estão lutando do lado russo, convocados para uma batalha chave na guerra, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, pressiona para tomar a estrategicamente importante cidade de Bakhmut.

Durante a Guerra do Afeganistão, as forças americanas e britânicas investiram muitos recursos no treinamento de pelotões de forças especiais afegãs. Ter um exército competente para proteger o governo afegão instalado pelos EUA era uma parte fundamental da estratégia dos exércitos da OTAN para sair do Afeganistão e manter o Talibã afastado. Os EUA os treinaram muito melhor do que os soldados do exército regular afegão, mas algumas das unidades treinadas pela CIA tinham a reputação de fazer  execuções extrajudiciais e resolver disputas pessoais com impunidade.

Quando os EUA deixaram o Afeganistão em 2021, cerca de 20.000 a 30.000 comandos ficaram desempregados e caçados pelo Talibã. Segundo vários relatos, esses comandos afegãos fugiram para o Irã, onde foram recrutados por um grupo de mercenários russos chamado Wagner Group, que lhes prometeu bons salários e ajuda para realocar suas famílias. No início da Guerra da Ucrânia, os canais do Telegram afiliados ao Wagner Group postaram vídeos de helicópteros do Exército afegão comprados pelos EUA que agora estão sendo usados pelo exército ucraniano.

Mas, à medida que os combates se intensificam em Bakhmut, que se tornou a linha de frente do avanço da Rússia, é o Grupo Wagner que está recrutando comandos afegãos e colocando anúncios de recrutamento no Telegram.

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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