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Nova lei de Israel permite retirar residência de palestinos condenados por terrorismo

Palestino exibe seu passaporte palestino com carimbo cancelado no visto dos Estados Unidos [Abid Katib/Getty Images]

Israel aprovou uma lei na quarta-feira que permitirá às autoridades retirar a cidadania ou a residência de pessoas que foram presas por receberem fundos palestinos para ações consideradas terroristas, já que a violência crescente alimentou temores de escalada, relata a Reuters.

Israel considera os estipêndios para militantes e suas famílias uma política de “pagar por matar” que encoraja a violência. Os palestinos saúdam os prisioneiros como heróis em uma luta contra décadas de ocupação e merecem apoio.

Após meses de ataques israelenses mortais contra palestinos na Cisjordânia ocupada e ataques fatais de palestinos nas ruas contra israelenses, a lei foi aprovada por 94 votos a 10, pela coalizão de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e muitos legisladores da oposição, em um raro momento de unidade política.

Sob a nova lei, os palestinos de Jerusalém Oriental que recebem diretamente, ou por meio de suas famílias, estipêndios da Autoridade Palestina depois de terem sido presos em Israel por crimes de segurança podem ser deportados para os Territórios Palestinos.

A lei também poderá ser aplicada a alguns membros da minoria árabe de Israel, muitos dos quais se identificam como ou com os palestinos.

“Nossos inimigos não são dignos de nossa cidadania, e aqueles que vêm para ferir o Estado de Israel não são dignos de viver aqui”, disse o ministro de Segurança Nacional de extrema-direita, Itamar Ben-Gvir.

A maioria dos palestinos em Jerusalém Oriental, que Israel capturou na guerra de 1967 no Oriente Médio e anexou em um movimento não reconhecido internacionalmente, tem status de “residente permanente”, em oposição à plena cidadania israelense da minoria árabe.

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina descreveu a lei como “a forma mais feia de racismo”.

Qadoura Fares, presidente da Associação de Prisioneiros Palestinos, disse: “Esta é uma lei injusta e racista que visa esvaziar a terra de seus residentes nativos e expulsar as pessoas de suas casas”.

No Knesset, os legisladores da oposição que se opuseram ao projeto de lei disseram que este é discriminatório porque não se aplica a judeus israelenses condenados por ataques contra palestinos.

A nova legislação surge no momento em que a tensão já aumenta antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã e do feriado judaico da Páscoa.

LEIA: O fascismo ‘já está’ em Israel, diz professor judeu do Holocausto

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