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Netanyahu ignora dezenas de milhares de manifestantes contrários à reforma judicial

Premiê israelense Benjamin Netanyahu durante reunião de gabinete no parlamento (Knesset), em Jerusalém ocupada [Governo de Israel/Agência Anadolu]

O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu decidiu ignorar protestos de 80 mil pessoas que tomaram as ruas do país na noite de sábado (14), para expressar oposição às propostas do governo de ultradireita de reordenar o judiciário.

Durante reunião de seu gabinete, Netanyahu insistiu ter mandato eleitoral para tanto, ao alegar não se importar com os protestos.

“Dois meses atrás, houve uma enorme manifestação, a mãe de todas as manifestações. Milhões foram as ruas para votar em nossas eleições. Um dos pontos que defendíamos era a reforma da justiça”, declarou Netanyahu. “Todos que foram a nossos comícios, ouviram as vozes do povo”.

Netanyahu é acusado de tentar tomar controle do judiciário para fins pessoais, após se tornar réu por corrupção e crimes de responsabilidade.

“Como oposição, não pedíamos uma guerra civil e nem falávamos em destruir o estado, mesmo quando o então governo tomava decisões às quais nos opúnhamos veementemente”, alegou o premiê. “Espero o mesmo dos atuais líderes da oposição”.

Segundo Netanyahu, as mudanças servirão para “restaurar a confiança do público na justiça”.

LEIA: Israel vive ‘profunda divisão’ sobre reforma na justiça, alerta Herzog

No domingo (15), a pesquisa anual do Índice de Democracia Israelense, realizada pelo instituto homônimo, confirmou fissuras cada vez maiores na sociedade local. Há grave desconfiança do público sobre as instituições, insatisfação com a conjuntura e pessimismo sobre o futuro.

O presidente Isaac Herzog descreveu os resultados da pesquisa como “desagradáveis”, ao notar que os números “encabeçam outros pontos que refletem tensões internas”. E acrescentou: “Em outras palavras, nossa coesão está enfraquecida e temos de fazer tudo para reconstrui-la”.

A televisão israelense afirmou na noite de domingo que a coalizão e o parlamento farão apenas emendas “cosméticas” na proposta de reforma judicial, horas após Herzog prometer mediar as partes em disputa.

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