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Erdogan condena Talibã por proibir mulheres de estudar, contesta razões religiosas

Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan em Ancara, 9 de janeiro de 2023 [Dogukan Keskinkiliç/Agência Anadolu]
Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan em Ancara, 9 de janeiro de 2023 [Dogukan Keskinkiliç/Agência Anadolu]

O presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan condenou as medidas tomadas pelo governo do grupo Talibã no Afeganistão para proibir meninas e mulheres de estudar, ao descrevê-las como contrárias aos preceitos islâmicos.

Em dezembro, o Talibã determinou a suspensão do ensino universitário a mulheres, em decisão que afeta, na prática, o direito universal à educação. A medida atraiu repúdio internacional de imediato, incluindo de países e líderes políticos e religiosos do mundo islâmico.

Em discurso televisionado na quarta-feira (11), Erdogan juntou-se ao coro de repúdio ao rotular a decisão como “desumana e não-islâmica”.

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“Não há nada parecido com isso em nossa religião”, reiterou Erdogan. “Ninguém pode estipular uma proibição como essa, ao alegar fundamentar-se no Islã. O Islã não aceita algo assim! Muito ao contrário, somos membros de uma fé que diz ‘busque conhecimento do berço ao túmulo’”.

Erdogan prometeu “acompanhar pessoalmente” a questão da educação às mulheres afegãs até ser solucionada.

No mesmo dia, a Turquia recebeu um encontro extraordinário da Organização para Cooperação Islâmica (OCI), durante o qual foi feito um apelo ao governo interino no Afeganistão para rever as restrições impostas às mulheres sobre ensino e emprego.

A OCI confirmou que uma delegação encabeçada pela Academia Internacional de Fiqh Islâmico (IIFA) viajará ao país para contestar a decisão e reforçar que o direito à educação é um preceito basilar da “nobre shariah islâmica”.

Apesar do banimento, há escolas que continuam a lecionar meninas no Afeganistão. Conforme relatos, o rigor da proibição varia entre as províncias e regiões do país.

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