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Husseini, arquiteto dos acordos de paz no Líbano, morre aos 86 anos

Hussein al-Husseini, político xiita e ex-presidente do parlamento libanês, notório como um dos arquitetos do acordo de paz que encerrou a guerra civil no estado levantino, entre 1975 e 1990, faleceu nesta quarta-feira (11) aos 86 anos.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Husseini, chefe do legislativo entre 1984 e 1992, foi figura central em asseverar um maior papel da comunidade xiita na arena política libanesa, até então minimizado. Husseini ajudou a fundar o Movimento Amal, na década de 1970, junto do imã xiita Moussa Sadr.

Husseini tornou-se líder do Amal em 1978, quando Sadr desapareceu em uma viagem na Líbia. Em 1980, Husseini renunciou ao cargo, ao transferi-lo a Nabih Berri, atual líder do parlamento e chefe do movimento desde então.

LEIA: Relembrando o Acordo Taif

Nascido no Vale do Bekka, na aldeia de Chmistar, Husseini exerceu protagonismo nos chamados Acordos de Paz de Taif, mediados pela Arábia Saudita, em 1989, ao trabalhar junto de Rafik al-Hariri, político sunita e mais tarde premiê, assassinado em 2005.

Seu envolvimento levou muitos a descrevê-lo como “Patrono de Taif”.

Husseini foi sucedido por Berri no topo da carreira legislativa, reservado a um muçulmano xiita conforme o sistema político sectário do Líbano, estabelecido após o fim da guerra civil.

Husseini serviu como congressista até 2008, quando renunciou de maneira dramática, ao alegar que a Constituição fora violada por um acordo político firmado em Doha, capital do Catar, cujo intuito era desescalar o breve conflito que tomou o território libanês.

Partidos de todos os espectros ideológicos manifestaram condolências pela morte de Husseini, nesta quarta-feira.

Berri disse que o Líbano perdeu uma grande figura nacional.

O Hezbollah – grupo armado ligado ao Irã, criado em 1982 e que, desde então, ofuscou o Amal como facção xiita mais poderosa do Líbano – também expressou “pesar”.

As Forças Libanesas – grupo cristão oposto ao Hezbollah – juntaram-se ao luto, ao insistir que o Líbano “precisa urgentemente de estadistas racionais e moderados” como Husseini.

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