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Israel prepara evacuação à força de oito bairros de Masafer Yatta

Comunidades palestinas de Masafer Yatta, sob ameaça de expulsão por forças de Israel, ao sul de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, em 7 de maio de 2022 [Mamoun Wazwaz/Agência Anadolu]

O recém-empossado governo de Israel conduz preparativos para evacuação compulsória de 28 bairros de Masafer Yatta, ao sul das colinas de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada.

Nidal Younis, chefe do conselho local de Masafer Yatta, reportou que as autoridades ocupantes decidiram executar o despejo em massa dos palestinos nativos.

“A Autoridade Palestina (AP) nos informou que a ocupação planeja expulsar residentes de oito comunidades nos próximos dias”, comentou Younis, ao reiterar, no entanto, que Ramallah não lhe concedeu detalhes sobre o cronograma de evacuação.

Em 4 de maio de 2022, a Suprema Corte de Justiça de Israel estipulou que não haveria barreiras legais para a expulsão dos moradores de Masafer Yatta, com intuito de instalar ali uma zona de treinamento militar. A medida, no entanto, é ilegal conforme a lei internacional.

LEIA: Israel emite ordem de demolição contra escola palestina em Masafer Yatta

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) advertiu que a decisão “efetivamente põe os residentes em risco iminente de expulsão, deslocamento à força e transferência compulsória”.

Segundo denúncia da agência da Organização das Nações Unidas (ONU), na década de 1980, as autoridades israelenses designaram parte de Masafer Yatta como “Zona de Disparos 918”, a fim de decretar seu fechamento para uso exclusivo das Forças Armadas.

Desde então, os palestinos nativos vivem sob risco de despejo, demolição de suas residências e outras violações. As aldeias de Khirbet Sarura e Kharoubeh não existem mais; suas estruturas e casas foram todas demolidas.

“Aproximadamente 20% da Cisjordânia é designada ‘zona de tiro’, afetando cinco mil palestinos de 38 comunidades”, alerta a ONU. “Atualmente, Masafer Yatta é lar de 215 famílias palestinas, incluindo 1.150 pessoas, dentre as quais, ao menos 569 crianças”.

Com objetivo de expulsar os palestinos da área – parte da política colonial de limpeza étnica –, autoridades de Israel impedem o acesso dos residentes a amenidades básicas, como construção civil e saneamento, necessárias para abarcar o crescimento da população.

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