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Ministro da Defesa de Israel ordenou explosões de 1954 que atingiram alvos dos EUA e do Reino Unido no Egito

10 de dezembro de 2022, às 14h54

Uma bomba israelense explode nas posições militares egípcias no lado oeste do Canal de Suez, em 13 de fevereiro de 1970, durante a chamada “Guerra de Atrito” entre Israel e Egito. [AFP via Getty Images]

Um documento revelou que o falecido coronel Binyamin Gibli, chefe da Inteligência Militar de Israel entre junho de 1950 e março de 1955, recebeu ordens diretas do então ministro da Defesa Pinhas Lavon para bombardear alvos dos EUA e do Reino Unido no Egito em 1954, informou o Arab48 na sexta-feira.

Conhecida como Operação Susannah, Gibli ordenou que nove agentes secretos egípcios-judeus, membros da Unidade 131, bombardeassem alvos no Reino Unido e nos Estados Unidos.

O bombardeio teve como objetivo virar os EUA e o Reino Unido contra o então líder revolucionário egípcio Gamal Abdul Nasser e pressionar o Reino Unido a reverter sua decisão de se retirar do Canal de Suez, que foi nacionalizado por Abdul Nasser.

Gibli escreveu em sua biografia, que havia sido banida, que Lavon o deserdou depois que a operação foi descoberta.

Segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth, ele acusou Lavon de “jogá-lo aos cães e transformá-lo em bode expiatório”.

A operação falhou quando as forças de segurança egípcias descobriram a unidade e prenderam seus membros. Um deles suicidou-se na prisão, dois foram executados e outros passaram longos períodos presos.

As autoridades israelenses realizaram várias investigações sobre o assunto, conhecido como Caso Lavon, que levaram a conclusões contraditórias, renúncias e divisões políticas. O caso nunca foi encerrado.

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