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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Relembrando a ‘Operação Pilar Defensivo’ de Israel

Durante a última hora de hostilidades, uma bomba israelense explode na cidade de Gaza em 21 de novembro de 2012 [Christopher Furlong/Getty Images] Imagens]

Em 14 de novembro de 2012, Israel lançou a “Operação Pilar Defensivo” contra os palestinos que vivem na Faixa de Gaza. Nos oito dias seguintes, quase 175 palestinos foram mortos e mais de 1.000 ficaram feridos. Cinco anos depois, Gaza ainda está sujeita à agressão israelense, em violação aos termos do acordo de cessar-fogo.

O quê: Operação Pilar Defensivo

Quando: 14 a 21 de novembro de 2012

Onde: Faixa de Gaza

O que aconteceu?

As tensões entre as forças de ocupação israelenses e Gaza aumentaram nos dias que antecederam a operação militar. Em 10 de novembro, Israel respondeu a um ataque a um jipe ​​militar matando quatro adolescentes palestinos enquanto jogavam futebol em um estádio esportivo de Gaza. Dias de disparos de foguetes de ambos os lados levaram Israel a lançar uma ofensiva oficial, ostensivamente contra o partido governante do território sitiado, o Hamas.

Na tarde de quarta-feira, 14 de novembro, o exército israelense atacou e matou Ahmed Jabari, chefe da ala militar do Hamas, provocando protestos generalizados. O exército também atingiu 20 outros pontos na Faixa de Gaza, incluindo áreas residenciais, alegando que as armas estavam escondidas em bairros civis. Mais de 10 pessoas foram mortas no primeiro dia, incluindo Omar Misharawi, de 11 meses, filho do editor de vídeo da BBC Jihad Mishrawi.

Israel continuou seus ataques com mísseis durante a noite, e o Hamas respondeu com disparos de foguetes nos subúrbios e cidades israelenses no dia seguinte, embora ninguém tenha sido morto.

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Em 16 de novembro, o então primeiro-ministro do Egito, Hisham Qandil, visitou Gaza para mostrar solidariedade ao povo palestino, mas um cessar-fogo de três horas que foi combinado para sua visita não durou muito; tanto Israel quanto o Hamas acusaram o outro de disparar sobre a fronteira durante a breve pausa. Naquela noite, Israel convocou mais de 75.000 reservistas do exército e sinais visíveis de um acúmulo de forças terrestres perto da fronteira de Gaza levaram muitos analistas a acreditar que uma ofensiva terrestre poderia ser iminente.

O governo israelense ampliou seus alvos para incluir locais do governo do Hamas, bem como alvos supostamente militares, lançando um ataque aéreo no sábado, 17 de novembro, que destruiu os escritórios do primeiro-ministro Ismail Haniyeh. A Organização Mundial da Saúde condenou os ataques, afirmando que os hospitais de Gaza estavam sobrecarregados com baixas e enfrentavam uma escassez crítica de medicamentos e suprimentos médicos. No mesmo dia, o Haaretz citou o ministro do Interior israelense, Eli Yishai, dizendo que “o objetivo da operação é enviar Gaza de volta à Idade Média”.

Na Cisjordânia ocupada, centenas de palestinos manifestaram-se em apoio ao povo de Gaza, mas foram recebidos com agressão por parte das forças israelenses; dezenas ficaram feridas em confrontos subsequentes.

O que aconteceu depois?

O bombardeio da Faixa de Gaza continuou no fim de semana, com a marinha israelense atirando também; esta foi a primeira vez e aforça naval matou uma menina de 13 anos e seu tio na noite de domingo. Dois prédios que abrigvam jornalistas da Sky News, ITN, Al-Quds TV e Press TV também foram atingidos em um ataque israelense, ferindo vários repórteres. A ong Repórteres sem Fronteiras condenou a ação de Israel, e a Associação de Imprensa Estrangeira (FPA, na sigla usual em inglês) emitiu um comunicado expressando preocupação com o ataque, apontando para uma declaração do Conselho de Segurança da ONU que proibia todos os ataques contra jornalistas em zonas de combate.

Esse dia também testemunhou o maior número de mortos em qualquer ataque durante a operação, quando um míssil destruiu a casa da família de Jamal Mahmoud Yassin Al-Dalu, matando doze pessoas; dez membros de sua família, incluindo cinco crianças e uma idosa, além de dois vizinhos da família e outra idosa. Mais tarde, Israel admitiu que o ataque ao prédio residencial foi intencional e que o alvo era Mohamed Al-Dalu, um policial que foi morto no ataque; vizinhos insistiram que ele não tinha afiliações políticas.

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Nos dias seguintes, o bombardeio israelense matou dezenas em Gaza, enquanto várias pessoas ficaram feridas em Israel como resultado de foguetes disparados pelos palestinos sitiados. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, chegou a Tel Aviv na terça-feira, 20 de novembro, para tentar promover um cessar-fogo. Ela discutiu a situação volátil com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, mas não se encontrou com o Hamas, devido à sua designação pelos americanos como uma “organização terrorista”.

No dia seguinte, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Mohammed Kamel Amr, ficou ao lado de Clinton e anunciou que um cessar-fogo nas hostilidades entre Israel e Gaza entraria em vigor às 21h, horário local. A trégua veio após horas de intensa diplomacia envolvendo Clinton, bem como o então secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Antes do anúncio, os ataques abalaram os dois lados da fronteira. Dentro de Israel, uma explosão de bomba em um ônibus no centro de Tel Aviv feriu 28 pessoas, três gravemente. Na Cidade de Gaza, o atentado recebeu a aprovação do porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, que o chamou de vingança pelas mortes de civis em Gaza nos últimos dias, particularmente a da família Al-Dalu. Bombas israelenses choveram sobre o território em resposta.

Depois que as forças de ocupação de Israel concordaram com um cessar-fogo, os moradores da Faixa de Gaza desfrutaram de sua primeira noite pacífica em uma semana. Quatro israelenses e cerca de 174 palestinos, 107 dos quais civis, foram mortos no conflito de oito dias.

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Netanyahu declarou que a ofensiva israelense foi um sucesso, dizendo que suas forças deram um golpe doloroso ao Hamas, destruindo milhares de foguetes e matando muitos “comandantes terroristas”. O Hamas também reivindicou a vitória, apesar das perdas palestinas.

De acordo com o acordo de cessar-fogo, Israel foi obrigado a “parar todas as hostilidades na Faixa de Gaza por terra, mar e ar, incluindo incursões e ataques a indivíduos”. O mesmo foi exigido das facções palestinas. No entanto, as incursões regulares de Israel contra civis na Faixa, bem como o bloqueio contínuo, significam que, dez anos depois, os palestinos no enclave jamais puderam viver em paz.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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