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Governo da Etiópia e rebeldes do Tigré assinam cessar-fogo, após dois anos de guerra

Olusegun Obasanjo, alto-representante da presidência da Comissão Africana [Wikipedia]
Olusegun Obasanjo, alto-representante da presidência da Comissão Africana [Wikipedia]

O governo da Etiópia e rebeldes do Tigré assinaram nesta quarta-feira (2) um acordo de cessar-fogo, ao encerrar assim uma guerra de dois anos que deixou milhares de mortos.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Ao confirmar o armistício, Olusegun Obasanjo – alto-representante da presidência da Comissão Africana – comentou: “Hoje é o começo de uma nova era para a Etiópia, para o Chifre da África e para o continente africano como um todo. Deixe-me agradecer a Deus por esta nova manhã”.

“Vemos na prática acontecer aquilo pelo que tanto lutamos no decorrer dos anos, na busca de soluções africanas para problemas da África”, prosseguiu Obasanjo. “Vemos ainda neste acordo de paz a implementação da Agenda 2063, que materializa o silenciamento das armas em nosso continente”.

Obasanjo, ex-presidente da Nigéria, reiterou que os lados em guerra concordaram formalmente em cessar todas as hostilidades, coordenar o desarmamento das partes, restaurar a lei a ordem, abrir caminho ao abastecimento humanitário e proteger civis de violações – sobretudo crianças, mulheres e outros grupos vulneráveis.

O acordo assevera segurança a todas as partes relevantes dentro e fora da Etiópia.

Em nota, o presidente queniano William Ruto felicitou as partes pelo acordo. “O compromisso demonstrado pelas partes ao processo de paz encabeçado pela União Africana está alinhado a nosso desejo coletivo por paz e segurança em toda a região”.

Em relatório publicado em 29 de outubro, a Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou que 2.75 milhões de pessoas na Etiópia foram deslocadas internamente e 12.5 milhões de crianças demandam assistência humanitária urgente.

Desde o final de agosto, quando meses de trégua caíram por terra, intensos combates tomaram o norte da Etiópia. Baixas em massa e outras violações de direitos foram registradas.

Um relatório divulgado em outubro por peritos em direitos humanos da ONU acusou ambos os lados de cometer abusos equivalentes a crimes de guerra e lesa-humanidade.

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