clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Israel planeja destruir reserva natural com 30 mil árvores

19 de outubro de 2022, às 16h10

Soldados israelenses caminham sobre um campo de oliveiras palestinas destruído por colonos, na Cisjordânia ocupada, em 2 de maio de 2020 [Jaafar Ashtiyeh/AFP/Getty Images]

Autoridades israelenses notificaram o Conselho Municipal de Khirbet A’tuf sobre um plano para desmantelar uma reserva natural de 400 acres e desraigar 30 mil árvores nativas, a sudoeste de Tubas, na Cisjordânia ocupada.

Moataz Bisharat, incumbido de monitorar as atividades coloniais no Vale do Jordão, destacou à rede de notícias Wafa que a notificação, datada de 6 de outubro, foi deixada a ermo dentro da reserva, encontrada somente nesta segunda-feira (17).

O documento sugere que as autoridades sionistas não tinham intenção de alertar efetivamente os palestinos locais sobre o esquema, de modo a aparecerem em um dia qualquer com tratores e soldados armados para expropriar e destruir a reserva.

Conforme Abdullah Bsharat, chefe do Conselho Municipal, as árvores alvejadas por Israel foram plantadas pelo governo local e pelo Ministério da Agricultura da Autoridade Palestina (AP), com recursos angariados de doadores internacionais.

LEIA: Israel constrói maior reserva natural em terras palestinas desde Oslo

O Vale do Jordão é uma faixa de terras férteis que correm à margem do rio homônimo. A região abriga cerca de 65 mil palestinos e compreende aproximadamente 30% da Cisjordânia ocupada. Quase 90% da Cisjordânia – incluindo o Vale do Jordão – é designada “Área C” pelos Acordos de Oslo, que preveem pleno controle administrativo e militar das terras em questão.

Soldados israelenses costumam atirar em agricultores locais e destruir terras árabes, causando danos consideráveis às colheitas e impedindo a subsistência dos residentes nativos. A ocupação também espalha agrotóxicos na área para destruir plantações e expulsar famílias.

Israel ocupou Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém em 1967. Desde então, abusos de direitos humanos e da lei internacional são ocorrências diárias.