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Rei jordaniano é elogiado por defender direitos dos cristãos em Jerusalém

Cristãos ortodoxos fazem vigília na Igreja do Santo Sepulcro, em 1° de maio de 2021 [Emmanuel Dunand/AFP via Getty Images]

Os patriarcas e líderes das igrejas cristãs em Jerusalém elogiaram o rei Abdullah II da Jordânia por chamar a atenção para o que eles dizem ser “a deterioração da situação dos direitos humanos básicos” dos cristãos na cidade e em toda a chamada Terra Santa, revelou a agência católica asiática UCA News.

“Hoje, o cristianismo na Cidade Santa está sob fogo. Os direitos das igrejas em Jerusalém estão ameaçados. Isso não pode continuar. O cristianismo é vital para o passado e o presente da nossa região e da Terra Santa. Deve continuar a ser parte integrante do nosso futuro”, afirmou o rei jordaniano, no seu discurso na Assembleia Geral da ONU em 20 de setembro.

Esta afirmação recebeu o aplauso dos líderes cristãos de Jerusalém, num comunicado publicado a 27 de setembro. Para os patriarcas e chefes das igrejas em Jerusalém — ortodoxos, ortodoxos orientais, católicos, anglicanos e protestantes — a descrição feita pelo rei é “verdadeira e honesta da realidade cristã na Terra Santa, especialmente em Jerusalém”, motivando o seu agradecimento.

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“Também aplaudimos o compromisso público de Sua Majestade de proteger o status quo histórico e legal das nossas comunidades, preservando assim nossa segurança e futuro”, disseram os líderes religiosos. “Os esforços de sua majestade para tocar os sinos de alerta sobre a deterioração da situação dos direitos humanos básicos cristãos envia uma forte mensagem ao mundo sobre os perigos claros e presentes que cercam a herança e a presença cristã em Jerusalém e no resto da Terra Santa”, apontaram, citados pela agência.

“Cidade Santa não deve ser um lugar para ódio e divisão”

Segundo a mesma fonte, Abdullah tinha defendido nas Nações Unidas que “a cidade é sagrada para milhões de muçulmanos, cristãos e judeus em todo o mundo”. Para o rei, qualquer política ou desenvolvimento que prejudique o “status quo legal e histórico de Jerusalém desencadeia tensões globais e aprofunda divisões religiosas. A Cidade Santa não deve ser um lugar para ódio e divisão”.

O rei Abdullah, que continua a reivindicar o título tradicional de guardião dos locais sagrados muçulmanos e cristãos de Jerusalém, há muito que se queixa de que Israel está a violar os acordos vigentes ao permitir colonatos judeus em bairros tradicionalmente cristãos e muçulmanos e, mais recentemente, ao não aplicar o acordo de uma lei de 1967 que permite aos judeus visitar o complexo ao redor da mesquita de Al-Aqsa, mas sem rezarem no local. Os judeus referem-se à área como o Monte do Templo, o local dos antigos templos judaicos.

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Publicado originalmente em 7 Margens

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