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Prisioneiros palestinos nas cadeias de Israel lançam greve de fome

Protesto palestino em solidariedade a 30 prisioneiros em greve de fome, em frente à prisão israelense de Ofer, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em 25 de setembro de 2022 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Trinta prisioneiros políticos palestinos em custódia de Israel lançaram uma greve de fome sem prazo definido como protesto a sua “detenção administrativa” – sem julgamento ou acusação, renovada arbitrariamente.

Segundo a agência de notícias Wafa, os prisioneiros somam 200 anos passados nas cadeias da ocupação. Os detentos reafirmaram que são 200 anos em que suas famílias foram privadas da companhia de seus pais, irmãos e filhos.

Qadri Abu Baker, presidente da Comissão para Assuntos dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros da Autoridade Palestina (AP), afirmou à imprensa que outros 50 detentos devem se juntar à greve de fome nesta quinta-feira (29). Os presos boicotam as cortes militares de Israel desde janeiro, na tentativa de expor a ilegalidade do processo imposto contra eles.

O Centro Palestino para Estudos dos Prisioneiros confirmou em agosto que as cortes militares da ocupação emitiram 1.056 ordens de detenção administrativa desde o início de 2022. Destas, ao menos 469 são novos mandados de prisão e 587 são renovações de custódia.

“A detenção administrativa é uma política criminosa cujo intuito é exaurir a vida dos palestinos nas prisões sem base legal”, elucidou Riyad al-Ashqar, diretor do centro e ex-prisioneiro político. “Trata-se de um ditame dos agentes da ocupação e seus tribunais militares, que emitem mandados de prisão com base em arquivos confidenciais”.

Al-Ashqar enfatizou que tamanha arbitrariedade é a razão pela qual os prisioneiros adotam a greve de fome por períodos extensos, com objetivo de obter sua liberdade.

Há atualmente 660 palestinos sob “detenção administrativa” nas penitenciárias de Israel. Entre eles, quatro parlamentares, duas mulheres – uma jornalista – e dois menores de idade.

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