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Arábia Saudita indica primeira mulher para comandar Comissão de Direitos Humanos

O Rei Salman da Arábia Saudita emitiu um decreto para nomear Hala al-Tuwaijri como primeira mulher a comandar a Comissão de Direitos Humanos, em meio a persistentes denúncias de graves violações por parte da monarquia. A medida foi corroborada pela imprensa estatal.

Al-Tuwaijri substituirá Awwad bin Saleh al-Awwad.

A comissão alega ser independente do governo, apesar de seu presidente ser nomeado através de Decreto Real e de todos os seus membros serem indicados pelo Conselho de Ministros da Arábia Saudita, cujos membros também são escolhidos pelo monarca.

O chefe da Comissão de Direitos Humanos tem caráter de ministro.

O Rei Salman emitiu um primeiro decreto para exonerar al-Awwad e transferi-lo ao cargo de assessor da Corte Real, também com caráter de ministro.

Durante o mandato de al-Awwad, o conselho contou com a presença de 12 mulheres, segundo a agência de notícias Anadolu. Al-Tuwaijri não estava entre elas.

Antes de ser alçada à nova posição, al-Tuwaijri foi secretária-geral do Conselho de Assuntos da Família, empossada em junho de 2017. Com o decreto, tornou-se a primeira mulher a chefiar a pasta de direitos humanos no estado saudita.

Em notas oficiais, a Arábia Saudita costuma reafirmar seu respeito aos direitos humanos. O país recebeu diversas delegações estrangeiras, incluindo europeias, para debater a questão. O reino nega qualquer violação de direitos humanos em seu território, apesar das evidências.

Não obstante, após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi – dentro do consulado saudita de Istambul, a mando do príncipe herdeiro e governante de facto Mohammed bin Salman, segundo provas de inteligência –, a mesma Comissão de Direitos Humanos se negou a participar de qualquer inquérito internacional para averiguar as circunstâncias da morte.

Bin Salman tenta promover uma nova imagem da monarquia; no entanto, é assolado pelas denúncias sobre a morte de Khashoggi e violações de direitos humanos. Ativistas alertam que pequenos avanços na pauta das mulheres – como nomeações institucionais – servem como ferramenta de relações públicas para encobrir a persistente política repressiva do regime.

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